A Wizard resolveu não publicar mais os três livros básicos de D&D.
As alegações giram em torno de um discurso muito bonitinho de "querer dar mais atenção à linha Essentials", mas cheira a manobra para forçar o pessoal a comprar (de novo) novos livros.
Não há razão que justifique deixar de publicar algo que foi lançado a menos de um ano com razoável estardalhaço, e, opinião pessoal (ninguém precisa concordar) é MUITA ingenuidade acreditar que isso é pelo bem dos jogadores.
Trazer o jogo de forma mais simples e fácil de se jogar, reformular raças e afins, e etc, se for mesmo a proposta do "Essentials" já não era a função que o D&D 4.0 prometia cumprir? Que "grandes descobertas" e alterações, em poucos meses se fazem assim, tão necessárias?
Erratas? Juram para mim que, cobrando o que eles cobram, nenhum editor competente foi encontrado para minimizar esse problema?
Já há, rede afora, comentarios prós e contra a medida (a maioria contra, pelo que li), e, mesmo não sendo entusiasta de D&D, não há de se estranhar irritação de quem joga e curte o sistema e ambientação.
Não sendo um entendido, corro o sério risco de falar abobrinha, mas me parece mais do que inútil qualquer revisão de retorno a edição 3.5, ou era inútil, desde o início, a 4.0.
Há pessoas que compram RPGs, ao invéz de baixá-las, e se eu fosse jogador ou mestre de D&D com certeza teria sido um desses "idiotas" (atenção às aspas) que gastam mais de 300 reais por um sistema e seus três livros "essenciais" agora com cheiro de notícia velha.
Quantos meses depois, mesmo?
Já não gostava da idéia de um sistema atrelado a miniaturas. Além de encarecer desnecessariamente o jogo (bonitinhas ou não, esse estímulo a excesso de equipamentos para se jogar algo, sempre me lembra uma passagem de "Admirável Mundo Novo" do Aldous Huxley).
Bem faz a editora de Eclipse Phase. Livros para baixar gratuitos e em papel (vou comprar o EP, exatamente porque vi o pdf baixável e gostei).
Enquanto RPG for sinônimo no Brasil (e fora dele, pelo visto) de algo que precisa de mais capital e menos de criatividade,será menos divertido do que pode ser, menos acessível e meio parecido com um Ogro capitalista.
No Brasil, resta saber como isto afetará um mercado que ainda tenta voltar a patamares anteriores, que tem empresas que investem seus recursos em traduções e impressões, e que, agora, pode ter seu capital empacado por causa da última gracinha do mercado internacional.
Também, resta saber se os brasileiros que compram seus livros com esforço entenderam a lição, e vão usar seu dinheiro em livros e sistemas que os tratem com um pouco mais respeito.
Esperemos que sim.
Brega
Detalhe, a linha Essentials saiu exatamente 2 anos depois os primeiros livros e não os substitui, apenas atualiza algumas regras e apresenta novas versões da classes. Todo o resto ainda é utilizavel.
ResponderExcluirPois é Diogo, mas com a recente noticia do 5.0, acho a critica mais pertinente do que nunca. O sistema não carece de "novas regras", carece de respeito à moçada que compra os livros e se ferra a cada vez. A noticia já era um "aviso prévio" de que nem do 4.5, mas do que eles prometem para o ano que vem (escrevo em fev. de 2012).
ResponderExcluirNão sou contra atualizações, mas antes da antiga versão começar a caducar de fato é frocks. E MESMO não gostando da 4.0, acho que ela ainda tinha fôlego em termos de propostas de cenário e regras para mais coisa.
Cara, não tem porque insistir em algo errado. A 4e foi aquela que as pessoas menos gostaram. Estava mais do que na hora de fazerem um 5e.
ResponderExcluirCada um gasta seu dinheiro com o que quiser, se quer comprar livros que compre. Este é o feedback do mercado, e de "amores" o RPG não vai vier.
ResponderExcluir4e foi muito pouco, não agradou a maioria e ponto. Todas as edições alteram regras em geral, mas dentro de um bom senso e uma nova alteração é necessária.
Achei bem interessante a tua crítica, principalmete na parte em que diz "não sendo um entendido, corro o sério risco de falar abobrinha", bem, tu quis correr este risco bem como a Wizards quis correr também com tantas alterações. Eles já deviam prever isto, tamanha a mudança no sistema.
O que realmente me chateia é a extinção do material do 3.5 para forçar a venda do 4.0. O material não deveria ser substituído, apenas adicionado.
Aguardemos então o novo material. E em caso de "dúvida se compro ou não" procure uma loja de RPG, lá você pode folhear os livros pra decidir se compra ou não.
Genaro, a função de um crítico não é a de ter razão, mas opinar e fazer refletir.
ResponderExcluirEntendo que um blog, mesmo de RPG, deva ser opinativo.
Fora isso, antes de uma decisão e compra, do próprio material ou futura, é comum jogadores e mestres procurarem a opinião de terceiros sobre o assunto.
Não sou leigo em RPG, ao contrário, e minha crítica foi tão honesta quanto possível.
O material não é barato, e pesa o suficiente para que jogadores e mestres decidam não gastar esse valor a cada poucos anos. Mais do que uma observação sobre a qualidade do RPG ou não, a postagem acima tem o objetivo de trazer a tona a diferença entre livros publicados por necessidade de mercado, e por necessidade de metas orçamentárias. O quarta edição foi tão in´putil que mesmo fãs convictos, no geral, não gostam e não jogam.
Quanto aos "amores" não deixo de criticar materiais, mesmo que sejam de meu gosto pessoal, como cyberpunk 2020.
Ps: Fosse aplicar a sua lógica à postagem, diria "não te interessa o tema, não leia".
ResponderExcluirMas acho que ela não faz sentido.
Devemos ler inclusive o que não nos interessa eventualmente, ou ficamos sempre nos mesmos temas, opiniões e jogos.
Abraços
Brega Presley, o que o meu comentário quis dizer é: Faça o que tu queres.
ResponderExcluirA necessidade de mercado é um problema que já contaminou todas as indústrias, por isso eu digo "quer comprar, compre". E ela fica tão evidente que eu comentei também "bem, tu quis correr este risco bem como a Wizards quis correr também com tantas alterações", fica claro o espírito capitalista em uma revolução tão fútil e desnecessária no sistema. Eu particularmente acho que os magos foram inspirados no DoTA.
Assim como a massa é que alimenta a marca, o rpgista tem o poder de decidir de "quem é o momento" no nosso mercado. Eu não culpo a Wizard, ou a Nike, ou quem quer que seja, nem é um idiota quem compra este material.
O fato é que agora está na moda "ser nerd", troll não é mais uma criatura que um grupo suava pra matar, é um meme idiota. O que a Wizard fez já era de se esperar, são os altos e baixos. E fico muito feliz com o índice de insatisfação do público, mostra que nós ainda queremos RPG de verdade, não Skyrim (solo um dragão).
Eu imaginei que veria meu comentário como crítica direta a publicação, eu até faço de propósito as vezes, cutucando as pessoas elas "soltam o verbo". E fico feliz de ver o nível da tua resposta, de realmente DIalogar.
Continuo afirmando, quem quiser comprar, que compre. Mas claro, não me abraço nessas armadilhas consumistas.
Abraços Fraternos.
Genaro,
ResponderExcluirA ideia original da postagem, anterior ao anuncio do 5.0, foi exatamente a de chamar a atenção para esta realidade de mercado, então acho que concordamos, no geral.
RPG é um produto e realmente compra quem quer, mas acho que temos a função de favorecer a reflexão.
Uma das coisas mais saudáveis do mercado atual é que são cada vez menos os livros que tentam ser "o unico jogo que você e seu grupo jogará".
Acho bacana a maior parte dos lançamentos que tenho acompanhado serem um sistema a mais, mas não, como foi no caso do Gurps, D&D e mesmo White Wolf "O" sistema.
Acho fantasticas as novas ideias de ambientações, mas o mais interessante são exatamente as novas formulas de regras (para mim), e nunca fui um fã de regras.
Os autores e editoras estão acertando o tom em opções tanto de sistemas mais complexos e completos, quanto em opções mais leves, que n~çao requerem muito tempo gasto na leutura. Assim os mestres que desejam experimentar vários sistemas e ambientações, conseguem temo hábil para isso, e os que preferem maior imersão em um sistema, também.
O que me pega nas versões do D&D é que em vez de fazerem um produto por uma necessidade de mercado (RPGs precisam se renovar em regras e ambientação, porque eventualmente os jogadores querem mais ou mudaram a forma de se relacionar com o jogo) , tentaram criar uma necessidade para vender o mesmo.
ResponderExcluirFoi um dos maiores erros de projeto para o mercado de RPG de todos os tempos. Não apenas não conseguiram manter o interesse, como alimentaram uma legião de admiradores de outros sistemas, como o Pathfinder.
Um erro,de fato, até produtivo, porque fez jogadores buscarem outras coisas, mas ainda asism, um erro.
A esperança é que o D&D 5.0 traga frescor de idéias, em vez de simplesmente ser excelente de marketing, mas desinteressante enquanto opção.
Mais do que o Pathfinder, no entanto, acho que um bom RPG que deve crescer em popularidade é o The One Ring.
Vamos ver.
Braços.