Para quem não sabe, a CD Red Projekt está produzindo um game
chamado “2077”, que é uma promessa para
o mercado de games para o futuro próximo.
Baseado no jogo “Cyberpunk”, da Talsorian (principalmente o
Cyberpunk 2020), o game pretende adiantar em um pouco mais de 50 anos a estória
do RPG, adaptando-a para uma interação o mais completa que a tecnologia
permitir, e com gráficos promissores (dado outros jogos da mesma empresa).
Como parte da estratégia de lançamento deles, foi lançado um
vídeo bastante interessante com a musica “Bullets” da banda Archive. A letra
completa pode ser lida aqui (Letra + Tradução), a quem se interessar.
O vídeo em si traz uma série de elementos reconhecíveis e
presentes no RPG “2020”, e vou tentar trazer alguns deles aqui. Antes de mais nada, repito o aviso do anuncio, o vídeo tem
algumas cenas um pouco fortes e não se recomenda para crianças. Seguindo:
0:10 segundos, o vídeo informa que foi feito pela CD Projekt
Red, e a seguir apresenta um par de olhos femininos espetacularmente azuis. A
frase “look in my eyes” da música é dita justamente neste momento, o que achei
legal.
O vídeo se afasta um pouco do rosto e vemos (em câmera lenta,
como quase o vídeo inteiro) a seguir uma bala voando em direção a pele da moça.
Só que em vez do projétil perfura-la, a munição se despedaça, deixando um arranhão
metálico na superfície de sua bochecha.
Existem uma série de implantes em cyberpunk 2020 que fornecem
blindagem a um personagem.
No caso, a mais provável de ter sido utilizada é a “Skinweave”
em uma versão com upgrade, permitindo melhor proteção contra armas de fogo sem
alterar a aparência (em 2020 o SP máximo seria 12, mas 50 anos depois,
imagina-se que existam proteções maiores sem perda de atratividade, vulgo, uma
pele sintética quase impenetrável que continue a parecer pele humana).
Este
implante aparece já em Cyber2020 ()módulo básico), mas tem alguns upgrades no Chromebook 2. Os implantes de braços e
pernas artificiais parecem ser da linha “RealSkinn”, que são descritos
no livro cyber 2020, e imitam bem (mas não 100).
Ao mesmo tempo, a moça parece estar com uma expressão um tanto "bêbada", como se estivesse em êxtase, sem perceber direito o que está ocorrendo ao seu redor. Ou pior, sem se importar.
Aos 0:36 segundos, uma arma disparada apresenta um cartucho
sendo expelido .
Sem dúvida que isso é um
preciosismo inútil, mas foi, de qualquer modo, a única diferença marcante em
relação ao jogo que encontrei: As munições em cyberpunk 2020 NÃO deixam
cartuchos. O próprio projétil já carrega a pólvora necessária para a ignição
nas armas.
Esse é um detalhe que nunca me preocupei em usar em uma mesa, mas
está lá no livro (quem encontrar, me avisa), tenho certeza.
A arma disparada (pelo que descobrimos depois ser um
policial) é um fuzil de assalto, uma arma bastante eficaz contra a maioria dos
cyborgues crimonisos ou cyberpsicopatas.
Aos 0:39 segundos existe uma primeira pista do que está acontecendo:
uma poça de sangue e um sapato feminino podem ser vistos no chão. O sangue, até aqui poderia ser da jovem sendo "fuzilada", e o sapato poderia ser dela; Mas não são.
Aos 0:43 algumas imagens importantes sobre a ambientação do jogo:
-Primeiro, é possível se ver em dois cartazes (parece a
vitrine de uma loja de implantes) com o símbolo da Dynalar, uma megacorporação
tradicional em implantes cibernéticos. Ao lado dos posters algumas pichações, o
que possivelmente indica que o controle do estado – opressor ou não, ainda não
é absoluto.
-Ao lado um outro cartaz, com uma mulher que parece bastante
com a Alt Cunningham . Alt é uma das principais NPCs do jogo, e aparece na
aventura pronta “Never Fade Away” (traduzida no livro básico como “Não se
Desvaneça”), e era a namoradinha hacker do pop-star Johnny Silverhand (o NPC
mais bundão de todos os tempos). Na aventura Alt vira uma espécie de “fantasma
da máquina”, tendo sua mente transportada para o mundo virtual. Por isso, ela
PODE estar “viva” ainda em 2077, mas possivelmente o pôster é só uma referência
visual (quando sair o jogo a gente
descobre).
A porta da loja parece ter um complexo mecanismo de
fechadura, o que sugere, uma vez mais, que as ruas não estão necessariamente
seguras.
Em uma imagem posterior do vídeoda loja aparece também o logo da Kiroshi (em neon, à direita), outra mega-corporação que tem muitos implantes opticos nos suplementos.
Em uma imagem posterior do vídeoda loja aparece também o logo da Kiroshi (em neon, à direita), outra mega-corporação que tem muitos implantes opticos nos suplementos.
Aos 0:46 um grupo maior de policiais pode ser visto. Eles
aparentemente estão disparando contra a mocinha (tadinha) a uma distância
segura. A armadura protetora deles lembra um pouco a Methal Gear (armadura de
proteção clássica do jogo), mas não dá para saber se a mesma [é só de proteção
ou tem outros aparatos nelas.
Aos 0:52 é possível ver que a arma do policial tem dois
canos. Há no livro e suplementos a possibilidade de um rifle ser armado com um
mini-lança-granadas, e meu chute é que o
segundo cano seja isso (os furos que podem ser observados me parecem de escape
de ar, presentes em algumas armas, e não um tubo de mira, por exemplo).
Aos 0.56 segundos (recomendo tela cheia nessa hora) é
possível se ver prédios descomunalmente grandes. O clima de opressão
arquitetônica é típica da literatura e filmografia cyberpunk. Grandes construções
“empequenam” as pessoas em proporção, e
dão a elas um certo sentido de irrelevância no todo, que sempre pode ser bem
aproveitada em aventuras. Em um jogo de temática cyberpunk é interessante
descrever a vida fora das cidades como grandes “desertos de nada”, e nas
cidades colossos arquitetônicos cheios de cor e lâmpadas fluorescentes com
propagandas a cada pedacinho, retratando a poluição visual e sonora como parte
do labirinto existencial dos personagens.
Em 1:00 vemos mais do corpo da jovem. É um corpo com
implantes variados nos braços. Ele parece bastante danificado enquanto mais e
mais tiros explodem sobre ela. Há uma mancha vermelha em sua roupa, que parece
ser dela (e depois descobrimos não ser). Em 1:05 outros corpos começam a aparecer
e a inocente jovem já não parece tão inocente assim. Até porque as foices que
saem de seus antebraços estão cobertas de sangue. Eu criei uma descrição (não
oficial) deste implante em Cyber Reaper, se alguém quiser usar de base até sair algo
oficial em algum livro.
Na verdade, ela parece ter tido um surto orgástico de violência contra terceiros em uma rua, usando os implantes do braço como arma e causando um banho de sangue.
A jovem não tem um nom e oficial, até onde sei, mas apelidei-a carinhosamente de "Blood Beth" em virtude disso. Vou ver se faço uma ficha não-oficial dela um dia desses.
Em 1:10 aparece um Aero-veículo da polícia, um “AV”. AVs são
carros voadores, simples assim. Com pequenas turbinas, este tipo de veículo
substitui helicópteros (os mesmos ainda existem) por um preço um tanto
superior, mas com algumas vantagens em termos de espaço para pouso.
Os primeiros AVs teriam sido usados já na guerra dos EUA Vs paises
da América do Sul (a grosso modo “Guerras amazônicas” para facilitar, mas é um
nome não-oficial).
As guerras amazônicas são uma releitura da guerra do Vietnã,
onde os EUA perdem feio. Nesse conflito, os americanos enfrentam, devido a
pestes, crises ambientais e desastres econômicos, uma falência geral e
simplesmente abandonam os soldados por lá. Sem equipamento e meios de
transporte, os veteranos são obrigados a voltar ao solo natal passando pela
américa central, em um episódio chamado de “A longa marcha” que ocorre, na
realidade paralela do jogo, mais ou menos em 2010. Só 1 em cada 10 soldados
americanos conseguem voltar vivos. Sem emprego, e em uma economia devastada,
muitos se tornam mercenários, aceitando trabalhos pagos para assassinato e
proteção. São os chamados “solos”, classe de personagem bem popular no sistema.
1:19 : Quando o AV se afasta, o ar de suas turbinas faz pequenas
ondas no sangue derramado. E aparentemente, há MUITO sangue ali. O episódio não
parece, de fato, usual, pois até uma rede de televisão transmite imagens do
local. A rede de televisão é a “Network News” 54, uma das outras
mega-corporações que, aparentemente, continuam a existir no game.
A imagem da TV tem os dizeres “Comissionário J. Hammerman”
que, aparentemente, comnentará sobre o “massacre”
posteriormente. Em 2020 existe um “Max
Hammerman” que posteriormente é promovido a comissário, e um dos maiores
caçadores de “Cyberpsicopatas” no jogo.
Cyberpsicose é uma doença psiquiátrica que existe no sistema
baseada no número de implantes que uma pessoa faz. Ela tem a função de tornar a
evolução cibernética de um personagem mais lenta, evitando que ele faça todos
os implantes desejados de uma vez. Mas acaba sendo um conceito interessante de
se explorar em mesas. Nas minhas, em vez dos jogadores serem CAÇADOS pela
polícia de controle de implantes cibernéticos, eles SÃO a força de combate a
cybercriminosos.
Recomendo, para quem não assitiu, esse trecho de “Robocop 2” que é bem ilustrativo:
Recomendo, para quem não assitiu, esse trecho de “Robocop 2” que é bem ilustrativo:
De modo geral uma cyberpsicose pode dar problemas como
agorafobia, medos de determinados animais, etc, mas a mais divertida em um NPC
é quando ele vira um assassino serial, porque permite um bom confronto no jogo
contra os personagens (da cyberswat ou não).
Possivelmente o tal “J” Hammerman é um neto ou bisneto do Max
original.
Em 1:23 aparece um sujeito com uma arma na cabeça da mocinha, pronto para disparar. Ele tem um capacete cheio de visores na cachola. Meu chute é que ele tem este visor para competir com olhos cibernéticos sem precisar fazer implantes e correr o risco de uma ciberpsicose, possivelmente uma regra que poderia ser padrão na corporação do esquadrão. No braço ele tem um "adesivo ' "MAX TAC" possivelmente de "Max Tactical.
A arma que ele está segurando é possivelmente uma semi-automática (1:25), e por debaixo do uniforme ele tem uma armadura (não parece ser um implante) mais avançado que o dos demais policiais.
Em 1:40 não fica claro se ele aperta ou não o gatilho a queima roupa, (meu chute é que sim) e o título do jogo (Cyberpunk 2077) aparece.
Acabou o vídeo? Não.
A seguir, fora da câmera lenta, uma jovem careca aparece abrindo
os olhos (ela fecha os olhos no momento que vai ser baleada). Ela tem uma
cicatriz na bochecha direita, igual a psicopata que promoveu um banho de sangue
na rua. Pelo chacoalhar, eles estão em uma missão dentro de algum veiculo.
Ao fundo, como se um fone de ouvido fosse retirado, a mesma
musica do vídeo pode ser ouvida.
A garota, aparentemente, estava assistindo a um “Braindance” um “vídeo” que passa dentro da sua cabeça, e permite ver filmes ou reviver cenas filmadas digitalmente. Ela dá um sorriso estranho, sob o olhar não muito confiável do outro policial, enquanto põe um capacete similar ao dele.
A garota, aparentemente, estava assistindo a um “Braindance” um “vídeo” que passa dentro da sua cabeça, e permite ver filmes ou reviver cenas filmadas digitalmente. Ela dá um sorriso estranho, sob o olhar não muito confiável do outro policial, enquanto põe um capacete similar ao dele.
A minha suposição é a de que ela entrou para o Cybersquaid (ou Cyberswat) após o incidente, depois de “tratada”, mas que é
uma mola a ponto de explodir em violência novamente.
Ela não deve ter morrido com o tiro, possivelmente por causa
de uma caixa craniana de aço ou similar, mas, tendo em vista que ela é um
monstro de matar, nada como deixa-la lidar com outros monstros.
Recomendo ainda dois vídeos:
Com Mike Poundsmith falando
sobre o tema .("Cyberpunk isn´t about saving humanity, is about saving yourself").
Segundo ele o jogo se passará em uma Night City mais estranha, maior, mais perigosa. Veremos. Ele ainda deve desculpas pelo estúpido 203X e está em observação até lá, mas acho que a coisa vai funcionar.
Segundo ele o jogo se passará em uma Night City mais estranha, maior, mais perigosa. Veremos. Ele ainda deve desculpas pelo estúpido 203X e está em observação até lá, mas acho que a coisa vai funcionar.
UMA coisa não gostei. Ele defende (ok, função dele) o jogo
eletrônico por seus aspectos visuais e imersão na ambientação. MAS pode ser que
isso signifique que eles n~]ao façam um livro-suplemento com a ambientação, o
que seria péssimo, porque eu VOUI acabar fazendo não-oficialmente (como outros
fãs do jogo) e vai me dar um pusta de um trabalho isso.
No vídeo ele chama o jogo de “Seventy Seven” (Setenta-e-Sete), em vez de
"Twenty Seventy Seven” ) e deve ser o apelido pela qual vão vender o produto.
E este outro, com uma análise bem detalhada em vídeo de cada
parte do Teaser que comentei aqui. Eles citam o implante de pele sintética como
“RealSkin”, mas, salvo engano, Realskinn” é um implante de MEMBROS que parecem
humanos. Mas, de resto, é uma analise muito boa que ajudou a confirmar algumas das minhas suposições e a pensar algumas novas.
Abraços
Caraca Pedrão! Fantástico! Ótimo mesmo! E elementos marcados até com os minutos é trabalho em amigo!
ResponderExcluirÓtimo post mesmo, e fico realmente aqui roendo as unhas esperando esta belezinha sair.
Excelente trabalho Pedro! "Guru do Cyberpunk"
Eu estava com essa postagem cozinhando aqui no meu computador há uma ou duas semanas. Nem me fala a encheção que foi, hehehe.
ResponderExcluirEstou acabando uma ficha (não oficial) da moça e disponibilizo assim que der.