Há poucos materiais tão divertidos de se organizar quanto músicas e efeitos sonoros para mesas de RPG. E nenhum que pode simplesmente não funcionar como esperado.
Vamos primeiro aos problemas principais: Sejamos Francos: Nem todos os lugares (públicos) permitem a utilização de sistemas de som no últimos decibéis, ou mesmo tem tomadas próximas, e mesmo com os MP3 e afins.
E em lugares particulares, como casa de jogadores, a trilha sonora pode, simplesmente, dar tilt. Programas não rodam, aparelhos tem caixas de som defeituosas, a aventura pode fugir um pouco da ordem programada de músicas, etc.
Evitar problemas deste tipo requer um sistema confiável de gravação ou de ordem de musicas, respeito DESDE O INÍCIO no volume do som, quando há terceiros não-jogadores (outros freqüentadores de um evento, outras pessoas em uma praça de alimentação ou na casa onde a mesa acontecer, etc), e, sempre que possível, uma lista das “faixas” clara e rápida para que a musica ou efeito corretos entrem na hora desejada.
Também é aconselhável que o mestre não se prenda demais aos efeitos sonoros, porque a condução da mesa requer um bom nível de atenção, e ela pode se perder se o mestre estiver mais preso ao aparelinho e a musica desejada, do que ao que os jogadores falam.
Por outro lado, nem tudo são espinhos.
Em primeiro lugar, a musica, simplesmente como “ambientação”, tende a funcionar bem, desde que permita a audição e dialogo entre os participantes. Jogar uma aventura no estilo “Space Opera” como Star Wars, sempre tende a ser mais agradável com uma boa trilha sonora.
Em segundo, a música certa, no momento certo, pode dar a noção de clima ideal para a cena narrada, o que pode estimular o bom role-play para láem do estilo “matar e pilhar”. E a própria música pode ser convertida em cenário. É o caso de aumento nervoso de uma musica tecno, por exemplo, quando personagens estão em uma danceteria tentando conversar com um NPC (nem todo local permite isso, mas quando é possível, funciona bem como recurso).
Atenção, “Mestre de cerimônias” e disk Jóckey, na mescla de musicas e estilos. “Cyberpunk” de Billy Idol, é ótimo para cyber 2020, mas não “casa bem” com Prodigy, que também é excelente pedida para a ambientação. Escolha um ou outro estilo, e sempre uso o que funcionar junto. Ouça antes as gravações. E retire o que não funcionar.
Um uso interessante de música pode ser também “quebrar” momentos de tensão. É o exemplo clássico de personagens , perseguidos por um esquadrão de assassinos canibais, entrarem em m elevador e o mestre assobiar “Garota de Ipanema”, ou uma cena de batalha sangrenta em manhattan ter ao fundo “New York, New York” de Sinatra. Essa desconstrução simbólica auditiva, além de gerar risos, e tornar a mesa mais agradável, pode, em cenas de combate, que tendem a ser detalhistas e lentas, ajudar no clima de conflito descritivo.
E, por fim, a musica e suas letras podem servir como pistas ou inspiração para aventuras ou campanhas. Por exemplo, uma aventura de vampiro usando como base otrecho “Like Adam in Chains/ I want Revenge” pode ser uma pista em uma aventura sobre um vampiro ancião que, aprisionado, que escapou e agora busca vingança do príncipe da cidade, etc.
(Brega)
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