Me parece que há uma série de desinformações sobre o que o RPG pode ou não fazer. A maioria tão alarmista e sem sentido que é difícil entender a como um jogo de faz-de-conta pode representar uma ameaça tão grande para alguns. Este texto não é para os leitores de sempre do blog, mas para exatamente aqueles que se preocupam com algo que desconhecem.
A primeira coisa a se dizer sobre o tema é: Tranquilizem-se, ò pais e educadores. RPG é só um jogo, tão inofensivo quanto o Xadrez, e da mesma forma, uma atividade que requer raciocínio, inteligência e imaginação.
As habilidades necessárias para se jogar bem RPG são:
-Boa capacidade de socialização e de se pensar no bem do grupo
-Bom raciocinio matemático: Fazer contas, pensar em probabilidades, entender formulas e aproximações numericas.
-Em muitos casos, boa capacidade narrativa. Um bom jogador de RPG só se beneficia se souber expessar suas idéias de modo mais preciso, se conseguir pensar detalhes e desenvolver uma idéia.
-Estratégia: Por sua origem em jogos de mesa, muitos RPGs tem nos combates a exercitos inimigos (algum grande mal a ser combatido, como mortos-vivos, esqueletos e afins) uma parte relevante do jogo. Então aquele que consegue pensar estrategicamente e cria soluções inovadores, usando os recursos que tem, tendem a se se beneficiar.
Nada, de novo, muito diferente de um Xadrez. A diferença é que no RPG o jogador, ao invéz de simplesmente mover as peças, cria uma "ficha", uma "identidade" para o cavaleiro, para a Torre, para o Bispo.
Também, ao contrário do Xadrez, os jogadores não ficam uns contra os outros, mas sim, juntos, enfrentam um perigo imaginário. Não há "vencedores" em RPG; É o grupo que derrota um inimigo imaginario. E para isso as diferenças precisam ser respeitadas. aquele ao meu lado que pensa diferente de mim pode ter uma idéia melhor que a minha, ou pode ajudar a minha a dar certo.
É um jogo de socialização, portanto. O jogador de RPG não é aquela caricatura de sujeito isolado e sem amigos, ao contrário, é auém que ter´pa um grupo de amigos, que, ao invéz de sair para jogar futebol, jogam RPG.
Há jogos que usam "Magia" e "Terror" em suas temáticas, que isso fique claro. Assim como há jogos que usam implantes cibernéticos, naves espaciais ou, até mesmo, passagens bíblicas. Mas, assim como assistir a um filme de terror, nenhum ritual de magia de verdade está acontecendo ali. Há quem use velas e óculos escuos para "fazer clima" do mesmo modo que algumas pessoas apagam a luz para ver um filme de terror no DVD e "dar um clima".
RPG e Gênero: Há mais jogadores do sexo masculino jogando RPG do que do sexo feminino. Sei que isso pode gerar apreesnão em alguns pais, mas em todo o tempo que jogo RPG (e jogo há mais de 20 anos), nunca vi uma mulher sequer ser tratada de forma desrespeitosa, e creio, isso será verdade para a imensa maioria dos jogadores e jogadoras de RPG.
Além disso, há materiais escolares que sugerem o uso de RPG para que o aluno aprenda a pensar como era viver em determinado periodo histórico, se colocar "na pele" de um dado comandante ou explorador e poder pensar com maior propriedade o porque de alguns fatos históricos terem sido desta ou daquela forma.
Se seu filho ou filha gostam de RPG, minha inclinação é sugerir o seguinte: converse com ele(a), descubra o que eles gostam ou não no jogo, e avalie não apenas o que "parece" acontecer, ou lhe disseram que acontece, mas tente também entender o jogo do ponto de vista de uma perspectiva de quem está apenas exercitando a imaginação, como ler um livro ou assitir uma peça de improvisação.
Afinal, faz parte do processo de adolescencia se imaginar de diferentes modos, em diferentes situações. Viajar é algo tão incrível porque nos permite levarmos apenas quem realmente somos de bagagem. Viajar na imaginação, neste sentido, é apenas uma forma a mais de um jovem descobrir quem ele já é.
Abraços
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