quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mestrando "Cadillacs and Dinosaurs" (Resenha)

No último encontro do Saia da Masmorra mestrei "Cadillacs e Dinossauros", mais conhecido do pessoal pelo game de arcade, mas também uma série em quadrinhos "pulp" e um desenho "nem tão animado assim" (eu gostei, mas não deve agradar a maioria).

Tudo se passa 600 anos no futuro. A ecologia do planeta enlouquece no começo do século XXI e (quem pode) vai morar em bunkers por diversas gerações. Dentro deles, quem tem moral são os "mecânicos" que fazem gambiarras diversas para manter  o equipamento funcionando.

(Capa de um dos gibis)
Quando finalmente retornam à superficie descobrem uma ecologia modificada, inclusive com dinossauros, mamutes e animais estranhos vagando por densas florestas tropicais.

Além disso, há uma segunda lua no céu e os mares subiram 20 metros em todo o mundo.

O personagem principal é Jack Tenrec, que ao lado de seus amigos, tenta impedir que a humanidade, há 100 anos de volta à superfície, volte a causar mais prejuízos ao mundo.

Que CATZO de burrada a humanidade causou que permitiu uma SEGUNDA LUA, não se sabe, mas nem por isso a ambientação deixa de ser interessante.

O livro de RPG é fortemente inspirado nos quadrinhos (que originalmente se chamavam "Xenozoic Tales"), e passa longe do Game e da animação (mas não é difícil adaptar, diga-se).


Regras: As regras são ruins. 
Feitas no melhor estilo da GDW Games, são desnecessariamente confusas quando precisa, e horrendamente vagas quando necessário. Ainda assim, se jogar de forma mais desencanada, dá para improvisar facilmente e acaba fluindo sem maiores problemas.
Mas é relevante ler o RPG original, para quem puder, por causa da ambientação. Eles resumem bem a mesma, além de trazerem diversas fichas de animais presentes no universo de Cadillacs, o que facilita muito a vida de um mestre.
Não espere os vilões do jogo por lá, nem o grandalhão "Mess O´Bradovich", apesar de ser fácil adaptar uma ficha dele. É um RPG pensado em cima da obra original, mas nada que cause muitas dificuldades aos mestres em adaptar a um sistema de escolha ou ao proprio RPG oficial, se precisar (fiz isso e foi tranquilo).

FICHA: Fazer ficha para este sistema é uma agradável surpresa. Depois de dominar o formatão, dá para fazer uma ficha em 10 ou 15 minutos com tranquilidade. A ficha, ao contrário do sistema, é simples e permite maleabilidade para se fazer de tudo (por exemplo, eu fiz o HAGGAR, estrela de outro game similar, com um pé nas costas).
Os vilões "buchas" do jogo. Note o "Blanka" ali. Uma falta de imaginação da Capcom ou
simples homenagem ao "Street Fighter, que vendia nbem na época?.
No jogo ele é chamado de "Bludge" e não tem choques, diga-se.


Vilões: Em grande parte cientistas loucos e criminosos que agridem o meio ambiente. Dinossauros raramente são inimigos, e se são, tendem a ser porque algum vilão pouco sensato os irritou de alguma forma. Como há espaço para novas cidades no mapa, vilões no melhor estilo "Tarzan" podem surgir (aconselho o mestre ter bom connhecimento em ambientações Pulp).

Tem espaço para estórias mais densas,  envolvendo conspirações pol´piticas, apesar do sistema praticamente não dar palha para isso (é um sistema mais de ação, de qualquer modo). Não chega a ser um "Legend of The Five Rings", mas permite alguma profundidade para a trama.
Os chefes de fase do game e os quatro personagens jogáveis. Meti ali no meio o simbolo
dos "Mecanicos", que aparece na animação, na camiseta do Jack.
Dados: Usa d10 "invertido" para resolução de conflitos (quanto menos melhor), o que não gosto. Cocei para não meter regras de cyber-2020 no jogo, mas aí seria "Cyberpunks e Dinossauros". D6 são usados para definir a maioria dos danos de armas.

Diagramação e Arte: O RPG usa imagens dos quadrinhos, que são desenhos de boa qualidade, com cenas das historinhas ilustrando pontos de regras ou ambientação. É em preto e branco, quase que na totalidade, mas deve agradar a maioria.

A aventura que vem com o livro é fraca. Pouca ação de fato e bem limitada em termos de possibilidade e emoção. Ainda assim recomendo a leitura, porque dela algumas idéias e personagens podem ser aproveitadas.


A Mesa: Usei um vilão clássico do Game ("Butcher"), um do desenho animado (Sean, do episódio "The Duel") e o bom e velho Dr,. Fessenbeden, Faseisbondy,  Flushando ... ou algo assim, do game, gibi e desenho.
O simbolo dos "old Blood Mechanics"
(Mecânicos da Velha Estirpe")
similar ao que aparece no desenho animado)


Na mesa permiti personagens diversos de várias fontes, mas principalmente os do Game e do gibi (Jack, Mustapha e Hannah Dundee). A melhor coisa na mesa foi deixar o Hermes, um alossauro "de estimação" de Jack como personagem jogável. Para interpretá-lo o jogador tinha de ficar com os braços grudados no lado do corpo (jogar dado era uma beleza).

Deixei pouca munição e tecnologia, o que evitou transformar  o jogo em mero tiroteio, e no geral, foi bem divertido.



Veredito: Recomendo para quem gosta do game e de ambientações "pulp", mas o sistema é bem dispensável se tiver algo que te agrade mais no lugar. É um jogo divertido, mas pode não valer a pena para campanhas mais longas. Minha sugestão é que use um ou dois dos "Bosses" do game por aventura, o que deve agradar os fãs do game, mas sem perder de vista a ambientação do gibi, que é mais rica e favorece aventuras mais completas.

Faixa-bônus: Em tempo: o "Dock" Nunes, do Dungeons Carioca deve, em um dos próximos encontros, mestrar a mesma ambientação, mas usando um sistema que ele vai escolher para adaptar. Vale a pena conhecer.

Abraços
Brega Presley

2 comentários:

  1. Onde você conseguil o livro do Cadillac?
    Procurei muito isso e não consigo, ou acho informações sobre o jogo pra smartphone ou sobre o arcade... e as vzs sobre o HQ !
    Mas nunca sobre o RPG!

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  2. Diogenes, me escreve no facebook (meu nome lá e brega presley, mesmo) que te tiro qq duvida.

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