quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mestre Reclamão: Como assim você ainda não decorou isso?

Para mim uma das falácias do RPG é que o objetivo das pessoas que o jogam é a interpretação da personagem. Ao longo dos anos encontrei diversos jogadores, e os mais diferentes motivos que os fazem se interessar pelo RPG.

Há aqueles que querem interpretar. Há aqueles que estão ali pela criação da estória. Outros gostam do desafio intelectual, de "ganhar" dos NPCs, de desvendar o mistério ou "matar" a charada do dungeon. Alguns gostam do combate tático. Outros simplesmente jogam porque gostam de determinado grupo de amigos, e os encontros deles sempre são para jogar RPG.

É óbvio que diante de diversos interesses, a forma como as pessoas jogam levam-nas a terem mais interesse por uma faceta específica de cada jogo, seja o sistema ou o cenário. Mas um conhecimento mínimo de cada um é necessário para simplesmente ser um jogador funcional!

Afinal, é um JOGO, e o mínimo que se pode esperar é que o infeliz se dê ao trabalho de TENTAR aprender as regras do jogo que ele, supostamente, quer jogar.

É um jogo de CRIAR ESTÓRIAS, e o mínimo que se pode esperar é que o infeliz se dê ao trabalho de saber um mínimo sobre a estória que está sendo contada.

Porém, devido aos desvios e reentrâncias da mente humana, que nos brindam com coisas como os resultados do Darwin Awards, às vezes a gente se depara com um infeliz que simplesmente não consegue aprender as regras mais básicas do jogo.

Gente que a cada combate, quando chega sua vez de declarar a ação, faz questão de rever todas as habilidades/poderes da personagem.

Gente que ainda não conseguiu decorar qual o dano da espada que o guerreiro dele vem usando nas últimas nove sessões.

Gente que para o jogo para perguntar: "O que faz esse negócio escrito 'Força' na minha ficha?"

Gente que precisa perguntar qual o dado usado para checar alguma habilidade... SEMPRE!

Ah, meu irmão! Deixa de ser um estorvo!

O mesmo vale para o cenário. Cara, você tem que saber qual a raça da sua personagem. Se você pensa o contrário, sinto muito, mas você está objetivamente errado! Se o grupo vem enfrentando orcs do Mago Maligno há três sessões,  você tem que se lembrar e reconhecê-los quando encontrar com um, e tem que lembrar que eles trabalham pro Mago Maligno.

Não estou advogando aqui, que todo mundo seja um exímio conhecedor do sistema, ou tenha conhecimento doutoral sobre a ambientação, mas um mínimo do sistema e do cenário do jogo você tem que conhecer. Por exemplo, o que a personagem é capaz de fazer ou qual o nome da cidade onde ele está.

Quando você joga RPG, você está participando de uma atividade em grupo. Você não pode parar o jogo para fazer perguntas idiotas o tempo todo. Quando você para o jogo por causa de uma preguça, você está jogando fora o tempo de todo mundo, não só o seu. Presta atenção no jogo, caramba! Se os outros jogadores estão conseguindo, é óbvio que você consegue também! Ninguém do grupo é sua secretária, para ficar te lembrando os detalhes que todo mundo menos você lembra.

Sinceramente, chega uma hora que vira falta de educação. Se todo mundo pode prestar atenção, porque você acha que os outros tem que te levar pela mão? Se enxerga! Tenha um mínimo de respeito pelos outros jogadores!

E pouco importa se você não decorou as regras porque "só estou aqui pela interpretação", ou não aprendeu nada do cenário porque "eu gosto mesmo é de rolar os dados". Um nível mínimo de eficiência é necessário e esperado. Se você não consegue isto a ponto de não atrapalhar seus amigos na mesa, faça um favor para eles, pare de jogar.

Igor

6 comentários:

  1. Hahahahaha... rapaz isso é ácido puro! Mata mais que bába de alien!

    Mas realmente seria muito bacana, no caso de jogos em grupo campanha é claro, que os jogadores realmente lessem um pouco mais sobre regras e cenário, as histórias iriam transcorrer muito mais rapidas e divertidas!

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  2. "Para mim uma das falácias do RPG é que o objetivo das pessoas que o jogam é a interpretação da personagem"

    Taí uma coisa que concordo contigo.
    E é incrível a quantidade de gente na blogosfera do rpg que tece belíssimos textos sobre a importância da interpretação, o quão belo é a interatividade dos jogadores, a beleza de se emular uma peça de teatro. Só que na prática não é bem assim.
    Já vi muito texto em blog no qual o mestre defende uma interpretação quase shakespeariana dos jogadores ou então uma narração digna de Tolkien.
    Só que daí esses mesmos mestres postam uma sessão online de uma de suas campanhas e você fica perplexo, pois o sujeito mais parece que está conduzindo uma partida de WAR ou Banco Imobiliário e suas estórias tem mais clichÊs que novela da Record.
    Enfim, acho que a rpgesfera é isso: muita pretensão, muita pose e pouco conteúdo.

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  3. Cara, discordo um mocado do que vc disse. Afinal, um jogo tem o objetivo claro de divertir e entreter. Qualquer forma de extremismo e ruim, inclusive do mestre querer que todos saibam o que esta acontecendo. Nao chego ao ponto de perguntar o que o atributo força e capaz, mas o meu objetivo de jogar rpg e me divertir, fazer no jogo o que na realidade nao posso fazer. Inclusive nao dar importancia a regras ou me lembrar de coisas ao qual nao ha tanta importancia assim. Tenho uma debilidade leve chamada THAD(transtorno do déficit de atenção e hiperatividad) e justamente por isso jogo rpg, mas nem por isso as campanhas aos quais eu jogo sao paradas ou viram falta de educaaço. Recomendo prudencia na hora de escrever, pois como ja disse, nao pode generalizar.

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  4. Oi Geovany, obviamente o texto é sobre quem não dá a mínima, a ponto de atrapalhar o jogo dos outros. Como eu digo aí em cima, ninguém precisa ser nenhum especialista em regras ou no cenário. Basta não atrapalhar. "Não atrapalhar" é uma coisa fácil de fazer, quando os jogadores e o mestre param para pensar na sua conduta e postura na mesa.

    O problema é que muita gente não faz isso, e na base da "camaradagem" e da "amizade" empurra comportamentos antissociais que são jogados no colo do grupo (não só do mestre - apesar do nome dos artigos), que, sinceramente, não é obrigado a aturar tal tipo de coisa.

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  5. Todo jogo tem regras. Basquete, futebol botão, campeonato de botão e porrinha. Saber as regras e entender um minimo do cenário é funbdamental. Se não para aventuras one shot (onde, se for para conhecer o jogo, o normal são os jogadores estartem aprendendo). Agora, campanha, bicho, repetindo a pergunta do Igor... "Como Assim?".

    Ok, quem tem de saber a regra em minuncias é o mestre. Mas tem coisas que são básicas do jogador conhrecer após um tempo, sim.

    Como é o basiuco do sistema de combate, que dados usa, se já conhecer o sistema há mais tempo, que vantagens e desvantagens. Até por uma razão simples: Se você vai "ibnterpretar um assassino trteinado pela Cia" não saber como e quando usar regras de mira, por exemplo, é a mesma coisa que interpretar um assassino que não sabe usar um rifle para tiros longos.

    ATORES vão fazer oficina, aprender como um chefe de cozinha prepara pratos, como um musico segura um instrumento, como um cadeirante precisa fazer para subir uma escada para interpretar cada um desses papéis.

    Um jogador dem futebol que não sabe o que é impedimento é um atraso pra equipe.

    Um jogador de RPG que não sabe usar o sistema que joga não sabe usar o que a ficha traz a ele de vantagens e desvantagens, e isso atrapalha montes, não tem jeito.

    Eu acho interpretação relevante, mas isso não pode ser desculpa para mascarar preguiça de aprender as regras.

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  6. Tem uma frase em Xadrez que diz assim :
    "Existem dois tipos de jogadores de xadrez, os racionais e os emocionais.
    Para os Racionais, a emoção está na razão.
    Para os emocionais, a razão esta na emoção".

    O mesmo se aplica ao RPG.
    Parafraseando:

    "Existem dois tipos de jogadores de RPG (no mínimo):
    Os que gostam das regras e os que gostam de interpretação.
    Para os regristas, Interpretar as regras são a diversão.
    Para os interpretativos, interpretação é a regra para se divertir."

    Só o adendo que fica dificil se interpretar sem saber as regras, enquanto que apenas as regras bastam para divertir (ou não teriamos wargames".

    Desse modo, as regras definem um jogo, mais do que a interpretação, ainda que a interpretação seja o que torna o RPG um jogo diferenciado.
    (Brega Presley)

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