Olá amiguinhos!
Na terceira matéria da série especial Arca do Tesouro Nacional, traremos para vocês um dos mais revolucionários RPG's produzidos no Brasil, principalmente por ser o primeiro a abordar o tema sci-fi, inovando onde o padrão da época era fantasia medieval: Millenia.
O RPG foi produzido por Ygor Esteves e Pedro Vicente, e assim como os outros grandes ícones dos anos 90, foi publicado pela Editora GSA. Em Millenia, você joga séculos no futuro, conforme a sinopse desenvolvida pelos autores:
"Após uma guerra galática devastadora contra os terríveis Fenton, a humanidade tenta se reerguer, junto com dezenas de espécies alienígenas. Na política do braço de Órion na Via Lactea, a República Humana enfrenta desconfiança e poderosos inimigos, sempre tentando levar a ordem até mesmo a sistemas estelares pouco explorados e lutando contra Estados alienígenas agressivos e os tirânicos humanos da Esfera de CoProsperidade. A era de ouro da exploração está de volta, o comércio entre as estrelas retornou e os perigos de um universo ainda meio envolto no caos atrai apenas os bravos para as fronteiras da aventura".
E nos brindando com um bate papo muito bacana, Ygor Esteves, um dos autores do cenário nos conta como foi a experiência de produzir mais esse ícone do RPG nacional abaixo:
SdM - Como foi a idéia de produzir o Millenia? Qual era a proposta de vocês?
YE - Bom, neste época o foco do RPG no Brasil era basicamente fantasia, e nós queríamos um jogo de ficção científica. Já haviam sido produzidos outros do gênero, mas nenhum nacional, e nunca com muito sucesso realmente. Queriamos um jogo de ficção puro, sem que misturasse magia ou elementos space ópera, a vontade era produzir algo de grande escala e mais voltado para hard SciFi, onde os jogadores tivessem que ser mais cerebrais e inteligentes e menos impulsivos - por isso Milenia tem um sistema tão mortal. Gostaríamos muito de aventuras com menos combate e mais inteligência.
SdM - E com essa proposta tão diferenciada, o jogo atingiu sua proposta?
YE - Acho que sim, embora todo mundo comente que os personagens morrem muito rápido se ficarem entrando em combate, o que acaba levando os mestres a criarem aventuras onde o uso inteligente das proficiências resolve a maioria das dificuldade e somente se inicia uma luta quando não há outra opção.
SdM - E além desse comentários, quais os outros prós e contras do sistema?
YE - O Milenia era muito diferente do que as pessoas estavam acostumadas, um jogo com um sistema bem diferente, onde as perícias são independentes dos atributos, sem 'hit points', onde o combate era uma solução MUITO RUIM para resolver problemas... mas estas mesmas características também criaram fãs que ainda gostam do jogo até hoje.
SdM - E existe alguma previsão para atualização do jogo? Vocês recebem muita cobrança?
YE - Não que eu saiba, já faz muito tempo e foi o último jogo da GSA. Não teve tempo de ser divulgado como o Tagmar ou o Desafio dos Bandeirantes, por isso não há muita cobrança.
SdM - E qual é i maior legado de Millenia para o RPG brasileiro?
YE - Sendo um dos primeiros jogos escritos no Brasil, acabou provando que é possível fazer RPG por aqui. Apesar de pouco tempo à venda, o Milenia foi muito bem visto e acho que até acabou um pouco com o preconceito que muitos jogadores tinham contra o RPG nacional naquela época.
O saia da Masmorra agradece muitíssimo a disponibilidade de Ygor Esteves, e espera que vocês tenham como nós achado irado conhecer um pouco mais dos bastidores desta pérola rpgísctica!
E não se esqueça, dia 23.05, a partir das 12:00 tem Millenia na edição RPG Brasil. Acesse o link do evento e marque sua presença:
https://www.facebook.com/events/957922957593779/957923050927103/
Let's game!
Edson Sorrilha.
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