Até onde vai sua imaginação?
Do mesmo modo, um player não quer saber se um monstro do tamanho de Chtullu afundaria até a cintura a cada passo em terra firme. Ele quer livros enigmáticos, desculpas esfarrapadas para vampiros não escravizarem toda a humanidade de fato, “uma nova fórmula química” criada que produz Zumbis, e afins.
Eles QUEREM ser enganados, eles QUEREM fantasia. NÓS buscamos fantasia.
Mas, e este sim é o pulo do gato, queremos todos fantasias que possamos fingir que acreditamos por breves momentos. Então, caros colegas mestres, o segredo não é o de se reproduzir a realidade, mas sim de inventar uma que “cheire” a realidade, o que em geral basta.
Há limites. Pessoalmente não consigo jogar D&D sem achar que um ser-humano possa, por qualquer razão, agüentar 10 ou 20 vezes o numero de machadadas na fuça, apenas por ser mais “experiente”. Mas consigo, por outro lado, pensar em um cyborgue levando um tiro de bazuca a queima-roupa e continuando semi-ileso para explodir um soldado da Militech inimigo no turno seguinte.
Eu me permito ser enganado em cyber 2020, mas não em aventuras medievais. Com outros, certamente, deve ocorrer o inverso. Mas nenhum de nós quer realismo absoluto, apenas um relativo, que possamos engolir.
Ao mestrar uma aventura, portanto, tenha em mente que “advogar” em nome das regras pode não ser o melhor caminho, sobretudo porque elas são indicadores, são simuladores da realidade, e nem de longe a realidade concreta.
Não é necessário total abandono às regras, mas a função de uma mesa é a diversão, e não o estabelecimento de leis de física para uma realidade paralela. Divirta os jogadores, é essa sua função.
Brega.
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