domingo, 25 de abril de 2010

Mudando a Ótica dos Cenários: (1/2)



Um dos melhores truques narrativos que conheço ao criar ou mestrar aventuras, é a mudança do ponto de vista dos jogadores. O que antes era branco e preto, passa a ser preto e branco, ou cinza claro e cinza escuro, e as decisões morais passam a ser mais difíceis em uma mesa.
Alguns jogos, como "Poketuhllu", por exemplo, mistura dois icones apreciados (em geral por diferentes gerações de jogadores) em um unico jogo, ou usam extensivamente, como em Paranóia que sugere aos mestres descrever o mundo "natural" (como uma borboleta)em algo terrível e ameaçador ("um par de olhos voadores pousa em seus ombros e uma pequena lingua parece querer chupae seu sangue").

Vou dar um exemplo clássico, que pessoalmente gosto, para ilustrar:
Era um daqueles meninos que idolatrava “Guerra nas Estrelas”. Sabres de luz, combates espaciais, armas de raios e alienigenas usando tecnologia futurista, tudo envolto em um esquema “rapaz simples descobre superpoderes e salva a galáxia, descobrindo que com grandes poderes, vem grande responsabilidade”.
O problema, nisso tudo, é que não pdemos ser apenas garotos para sempre, e aprendemos que nem sempre nossos heróis podem ou devem ser aceitos sem críticas, que mesmo ações extremamente bem-intencionadas podem trazer consequências ruins, e que saber de tudo isso não nos torna pessoas incapazses de escolher, mas sim, que não podemos abaixar a guarda e acharmos que a história termina com algum tipo de utopia cultural.
Em Guerra nas Estrelas (Star Wars, como atualmente é chamada, apenas), na trilogia original, Luke, Leia e Han Solo eram um agricultor caipirão, uma princesa revolucionária e um traficante de...do que mesmo?
A minha brincadeira com meus jogadores era a seguinte: Criticar a idolatria desmedida usando estes personagens de exemplo.
Começava explicando que “na verdade, a Nova República” não era tão nova. Era uma revolução, e que fazia parte da natureza das revoluções passar de um período caótico para uma nova ditadura. E, enquanto ditadura, fazia uso pol´pitico de suas ações.
Pensava, eu então, (década de 90) em Collor de Mello, presidente da “nossa” Nova republica (que, aos mais novos, era, por coincidência, o nome dado ao estado democrático que se seguiu ao final da ditadura do país, que foi um período histórico, por sua vez, bastante ruim de nosso país).

Nenhum comentário:

Postar um comentário