domingo, 25 de abril de 2010
Mudando a Ótica dos Cenários: (2/2)
A “Trilogia Clássica” nada mais era do que um filme político, transformando seus personagens em heróis, forjando assim uma nobreza de ideais que não existia exatamente daquele modo.
Então, se Collor tinha PC Farias e Zélia, Luke tinha Han Solo e Leia.
Han Solo era um traficante de escravos e drogas pela galáxia. Leia, uma pós-adolecente patricinha, gananciosa e semi-estúpida. E Luke era para lá de “do Mal’.
Darth Vader não era pai de Luke. Isso era uma invenção para agradar os que admiravam Darth Vader e angariar simpatia da população (que nem fizeram com Tancredo). O “pai” da nação, é alias, uma figura bastante usada em processos sociais totalitários, bem como “o Filho pródigo” de uma nação. Luke tinha uma mão decepada. E isso servia como metáfora para sua fraqueza humana, com a qual o telespectador podia se identificar e pensar que poderia perdoa-lo de qualquer desvio moral de conduta. Mostrava como ele perdendo uma mão, ainda assim, era tão humano.
Os heróis eram contra o império e contra a nova república. Queriam era administrarem suas próprias vidas em seus planetas, e eram revolucionários quase anarquistas (eles teriam seus próprios podres, mas nunca desenvolvi o conceito o suficiente). E funcionava.
Hoje em dia os tempos são outros. Não faz sentido criticar um governo que não tem o Collor em sua órbita, que não se relaciona com figuras de moral duvidosa nem bandidos conhecidos, que não tem mulheres fúteis, mais preocupadas com plásticas do que com políticas sérias, que não usa dinheiro público para se promover e nem nada assim. Não há um sentimento de que fomos traídos pelos que antes eram nossos heróis.
E não se fazem, felizmente, filmes maniqueístas, cheirando a políticas de culto à personalidade sobre ser filho de ninguém.
Que bom que este cenário não faz mas sentido em RPG, nos nossos dias esclarecidos, não?
Brega
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