domingo, 1 de janeiro de 2012

Dallas RPG: o PIOR RPG de todos os tempos

"All the drama and power, the wheeling and dealing, the loves and lives of tv's
greatest family are yours to enact in this fun-filled, fast-playing game."


O lema dos nossos encontros é "Se você tem coragem de mestrar, nós temos coragem de jogar".
E ele era verdade para mim... até agora!

Finalmente encontrei um RPG que, de tão bizonho, creio, é um desafio aos colhões e virilidade de todos os RPGistas no geral (e a minha paciência em específico).

"DALLAS, THE TELEVISION RPG" (coloco em letras garrafais para vocês não esquecerem) é uma idéia de RPG que deveria ser proibida pela convenção de Genebra.


Para a molecada ue não sabe o que foi "Dallas", um breve resumo:

Era uma novela (Argh), alias novela americana (Bleargh) daquelas que passou do ponto do dramalhão ao ficar por anos e anos e anos no ar (Hugh).

A trama (???) era uma sobre uma poderosa familia texana, podre de rica e podre, dona de uma Cia de petróleo (A "Ewing Oil Company" que acho que vou fazer uma versão para cyberpunk) em que dois irmãos (J.R., o Malvadão e Bobby, o irmão bonzinho mas bocó) passavam por todas aquelas tramas típicas tentando assumir as rédeas da empresa familiar.

A série/novela foi responsável por uma das cenas mais bizonhas de todos os tempos da TV (e vocês achavam Big Brother ruim):

Quando o ator de "Bobby" saiu da novela (ou foi saído, sei lá) uma temporada, o programa continuou sem ele, alegando-se no roteiro que ele tinha morrido de sei lá o que. Mas o público odiou a saída do bonzinho da trama e resolveram recontratar o cara com uma solução muito estúpida:

O ano de Temporada que ele teria ficado fora havia sido apenas "um sonho bizarro" de sua mulher, Pamela. Não por acaso, a cena vira e mexe é parodiada em outros programas (como "Family Guy")
Enfim, a noveleta era ruim pra cacete.

Mas vamos falar do jogo um pouco:

Os direitos do jogo são de 1980, mas creio que é ligado a série, e não tive confirmação se o ano de lançamento foi o mesmo.

Os jogadores podem assumir um dos principais personagens da novela, ou um dos personagens secundários, com fichas em cartões prontas com habilidades como "abilities" para resistir ou pressionar outro personagem, "power" usada em rolagens de negociação, e devem proteger alguns dos personagens e atacar os demais, enquanto um mestre (chamado aqui de "Diretor") alimenta a mesa com um enredo (muitas vezes retirado de um episódio da série). As resoluções de problemas usam 2d6 de modo geral e do que entendi é bem basicão e simplório.

Diferentemente dos RPGs tal como os conhecemos, as mesas podem terminar em "vitórias" ou "Derrotas" de jogadores, saindo um pouco do espírito cooperativo, o que faz o tal "RPG" se assemelhar ainda mais com um jogo de tabuleiro em alguns aspectos.

Em suas mais ou menos 60 páginas o RPG fornece alguns "scripts" de aventuras, algumas sugestões aos "diretores e uma parada que, para fãs da série, deve valer a pena, um background de algumas páginas sobre a trama e a Cia de petróleo.

Alguns atos que sejam considerados pelo Diretor (Mestre) como "ilegais" (assassinato, sequestro, etc) podem ser punidos por personagens que tenham cartões texas ranger, FBI, policiais ou equivalentes).

De modo geral o jogo clama por se conhecer a "mitologia" da noveleta Dallas, coisa que duvido que existam muitos jogadores dispostos por aí.

O fato de um RPG ser um tanto obscuro é, em geral, sinal de que não deva ser algo muito divertido de se jogar.
E "Dallas: The Television RPG"  é um jogo BEM obscuro.
O fato é que com a criatividade do pessoal atualmente, consigo imaginar um RPG Indie usando
"Dinasty" (outra novela péssima) e "Dallas" como possíveis RPGs divertidos, se forem direcionados ao humor negro, mas como foi feito, sinceramente, é uma merda.

Pontos Negativos:
1) Ausência absoluta de imagens e ilustrações, mesmo nos cartões.
2) O livro tem umas 60 páginas, a maior parte de coisas reduntantes que deveriam ter sido enxugadas.
3) O jogo é quase um jogo de tabuleiro e permite pouca, muito pouca interpretação. É muito engessado. E chato.
4) Não há combates, o que seria interessante em um RPG mais político como ele poderia ser, mas como ficou, é uma merda total.
5) Feito na onda do sucesso da série, não se sustenta por si só, o que condiz com a bauxa qualidade do seriado, sem a ^boa popularidade para compensar. E requer um conhecimento da trama que, hoje em dia, é quase nulo. Eu não conhecia a trama direito na época, imagina hoje em dia.
6) Não há boas regras para criação de outros personagens ou enredos semelhantes usando outra "trama" novelesca. Nem fichas de personagens, etc.
7) Regras simplórias e baixa interatividade, mesmo para o que já havia de opções mais ricas para o início dos anos 80.
8) Todo mundo ia querer jogar com o J.R., porque o resto dos personagens são uma bosta.
9) Infelizmente não é um sonho bizarro da Pâmela.

Pontos Positivos:
1) Só há 9 pontos negativos. Pela ruindade da coisa, é quase um milagre.

Veredito:
Vale a pena ler? Sempre vale, até pelo mal exemplo, mas jogar, na boa, não aconselho perderem tempo.

Por Brega

8 comentários:

  1. Não é o pior definitivamente! Nada supera fatal, o RPG onde se detalha a cirucunferência anal dos personagens....

    Em breve posterei uma resenha de FATAL.

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  2. Pô Edson, agora fiquei curioso.

    Em tempo: Comprei "DEMOS Corporation". Não cheguei na parte das regras, mas o pouco que folheei não me parece tão ruim como o pessoal pinta.

    Brega

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  3. Edson:
    É um cuja sigla é "Fantasy Adventure to Adult Lechery"?

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  4. Cara agora eu fiquei realmente surpreso, não bastasse o Brega postar um RPG da série Dallas AINDA da SPI, e o Edson me manda essa do "RPG do proctologista"!

    Mas quabnto ao Dallas...

    "...mas o pouco que folheei não me parece tão ruim como o pessoal pinta." TENHAM MEDO!!!!!!! KKKKKKKKKKK

    Adorei o post cara!

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  5. hehehehe
    Na boa, tenho medo, atualmente, é do FATAL.

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  6. Eu tive a chance de olhar recentemente o Demos Corporation e pelo pouco que vi também achei interessante. O sistema é complicado mas acredito que nem tanto quanto Rolemaster. As críticas exageradas deviam ter sua boa dose de preconceito contra o RPG nacional.

    Quanto ao Dallas, a Devir algo parecido lançando o RPG do Clone, com resultados semelhantes.

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  7. É possível.

    Ainda assim, é tão comum se meter o pau no DEMOS que nada custa a gente tentar reavaliar e ver se procede. Como disse, pessoalmente não achei tão ruim o que li até agora, mas vou acabar de ler antes de ter uma opinião mais definitiva.

    Brega

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  8. Eu já mestrei o Demos Corporation. Ele não é complicado, mas o texto é que é confuso. E tem um problema ou outro com a criação de personagem.

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