sábado, 7 de abril de 2012

Bullyng Relacionado a novela relatado:

http://malkavianosrpg.blogspot.com.br/2012/04/novela-rebelde-rpg-caso-de-bullyng-e.html?spref=fb

Aconteceu em Recife.
Gente, se insisto nesse tema não é a toa.
Felizmente tive pais tranquilos, sou maior de idade, casado, com dois filhos e não devo nada a ninguém.
Mas não é, infelizmente, a realidade de muitos jogadores, sobretudo os mais novos.

RARAMENTE quem aposta na capacidade humana de ser ignorante sai perdendo.

Pensem em quantos moleques em escolas, muitos já meio nerds (e nerds não são exatamente o perfil mais bem tratado em escolas, ou são?), que com esta bobagem sendo exibida passam a correrem o risco de serem alvos de babaquices como a relatada pelo blog "Malkavianos" (linkado acima).

Fora isso, a pressão  em famílias que tem um perfil a verem o mundo como algo cheio de demonios e possessões, mas sem uma orientação adequada (isto é, familias que não tenham um pastor ou líder religioso que seja concencioso) vão achar que todo este blá bla bla novelístico é verdadeiro.

Notem que não quero generalizar. Há igrejas e igrejas, famílias e famílias, escolas e escolas, e pastores, padres e afins diversos. Como em qualquer área, há bons e maus profissionais.

É inegável que muitos são, sim, infelizmente, mal-orientados quanto ao RPG, alguns por simples desconhecimento, outros infelizmente por má fé.
 Cito como exemplo o "Dark Dungeons", HQ americana dos anos 80, absolutamente fantasiosa, mas que reflete um conceito que, se for a unica fonte do leitor, pode levar a enganos e preconceitos diversos.

Vale lembrar que já tivemos pessoas tentando proibir o RPG em Minas. Então não creio que seja adequado ignorar o tema.

Há professores que, em vez de procurarem orientações e trabalhos de pedagogia podem, sim, acreditar em uma novela, há adolescentes e crianças que são, sim, vulneráveis (uso aqui o conceito tecnico de "vulnerabilidade", que [é aplicado a politicas de saude, mas entendo que se encaixe no caso).

Há discursos que não condizem com a realidade, e RPG ainda é um jogo mal-compreendido pela população em geral. Se formos deixar outros explicar por nós, sobretudo quando apresentados critérios bastante duvidosos para expor o tema (o que eles mostram e chamam de RPG não é RPG, afinal de contas) corremos o risco de ouvirmos discursos de quem não compreende, ou pior, não quer compreender a natureza inofensiva do jogo.

Se bato repetidamente no tema  (e, infelizmente, devo bater ainda mais sobre ele nos proximos dias) é por entender que este discurso apresentado pela Rede Record, se não contrabalanceado por bom senso e um discurso contrário, dará um "sentido" ao jogo de RPG que trará dificuldades enormes na realização de eventos, encontros e p´ratica de um hobby divertido, com potencial didático, tornando não o mundo da fantasia, mas o real e concreto mais triste.

Se tiverem blogs, sites e afins, vão atrás de notícias, abaixo-assinados, escrevam para jornais protestando, façam valer a sua voz. Convidem, jornalistas, educadores, deputados, vereadores e afins para conhecerem eventos de RPG.

Um país em que um jogo que exercita a imaginação é confundido com "ameaça", é um país que dificilmente pode ser considerado uma democracia.

B.P.

3 comentários:

  1. Sou Ailson Lima, do blog do Malkavianos Clube de Recife. O nosso medo é que casos como o que foi relatado se tornem frequentes e que as pessoas passem a ver o RPG como ele é exposto na novela e não como ele é realmente. Obrigado pela divulgação e vamos continuar com essa campanha de esclarecimento!

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  2. Ailson,
    Vocês noticiaram algo importante.
    Divulguei o link de vocês porque é para mostrar que nada tem de "inocente" a questão, e concordo contigo, que se não mostramos o que pode ocorrer (e isso em que, uma ou duas semanas de exposição equivocada?), em pouco tempo teremos gente falando bobagens do que desconhecem, outra vez.

    A pergunta a se fazer é: Quem lucra e porque com este tipo de ignorância?

    Historicamente, quem ganha com esse tipo de coisa é quem depende da ignorância como forma de controle social. Vide Marcartismo ou a inquisição.

    O discurso é um pouco assim "Esses caras vão dominar sua vida e mandar voces fazerem coisas que não querem. Venham para cá, façam o que mandarmos voces fazerem, mesmo que os desagrade, e protegeremos vocês".

    Um perigo porque é o tipo de linguagem que não convida a esclarecimentos, mas a paranóia e diminuição do senso crítico.

    Por isso a campanha para chamarmos politicos e jornalistas para verem o que é o RPG.

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  3. Meu medo é que tenhamos novamente uma caça as bruxas contra nós rpgistas por causa de uma novela sem responsabilidade nenhuma

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