domingo, 13 de janeiro de 2013

Apresentando RPG para novos e jovens jogadores

Cada um de nós, veteranos, que iniciamos nossa jornada pelo universo dos Jogos de Interpretação á muitos anos atrás, as vezes nos esquecemos que a idéia dos jogos de RPG o "conceito da coisa", já está fixada em nossas cabeças, segura pelos anos de jogos, explicações e variadas aventuras vividas, quantas vezes nos não lemos aquele famoso capítulo inicial, "Oque é RPG?" nos inúmeros livros e cenários que fizeram parte de nossa história como mestres e jogadores?


Na época que o RPG ficou conhecido no Brasil, lá pela década de 90, pra maioria de nós na casa dos 30 hoje, o RPG acabava de se tornar um fenômeno cultural, o plano Real e o "Bum" trariam jogos importados e nacionais e o RPG ficaria conhecido em nível nacional, as livrarias teriam prateleiras cheias de jogos e os clubes e eventos de RPG se multiplicariam como moscas! 


Bem, a maioria de nós era adolescente neste período, entre 12 e 17 anos, com as "mentes ainda frescas", ainda não tão "bombardeadas pelos jogos eletrônicos", nem pelos jogos on-line, que tem a pretensão de se chamar "RPGs on-line".


Mas mesmo com o peso de toda mídia moderna, com  o apelo dos jogos de fantasia na internet e em dispositivos móveis como celulares, tablets, mini-games ou computadores, essa "moda digital" não traduz corretamente a experiência do RPG de mesa, aquela onde o verdadeiro "Role Playing" acontece.

A saudosa TSR, meste quesito, sempre foi uma de minhas empresas favoritas. A maneira inteligente e divertida como o TSR apresentava o hobby para o novo público, esse entre os 12 e 17 anos sobre o qual falei, sempre esteve a frente de seu tempo, os produtos da TSR sempre ofereciam mais do que "livros com palavras", eles criavam  uma verdadeira experiência de imersão, algo que fazia você esquecer da vida por alguns momentos e realmente embarcar na fantasia, fosse com as fabulosas ilustrações e material de poio, fosse com frases de efeito e slogans como: "TSR Hobbyes, produtos para sua imaginação!" ou: "Com Dungeons & Dragons a aventura é sua!" elementos que alimentaram a imaginação de milhares de jogadores, isso aliado aos produtos correlatos em "níveis de complexidade", que apresentavam o  universo de RPG passo a passo sempre foram fundamentais para manter a empresa no mainstream. 


Um exemplo deste fenômeno sobre o qual eu estou falando pode ser comprovado em produtos como Dargon Quest (o primeiro RPG que eu mestrei em um vento) O Dungeons & Dragons caixa preta, que apesar de ser um boardgame, permitia uma experiência real de RPG de mesa, o Classic Dungeon, que apresentava elementos dos jogos de fantasia e por fim o First Quest, um verdadeiro mini curso com apostilas para iniciar novos jogadores em AD&D, de longe o mais popular jogo da RPG da história, principalmente na época do "BUM".


Oque me incentivou a escrever este post foi justamente o First Quest, mexendo em meus alfarrábios neste fim de semana encontrei a minha cópia, puída e empoeirada resolvi ouvir o CD e para minha surpresa eu não lembrava de nada! Nem que o áudio era um verdadeiro documento histórico, pois o narrador apresentava o produto e a data de gravação do material.


Ouvindo mais uma vez todo o CD, com mais de uma hora de áudio e com duas aventuras de RPG completas (enquanto postava minha mesa de Battletech no Blog) eu voltei no tempo e me lembrei de elementos que fizeram eu me apaixonar pelo hobby, o poder sem limites da imaginação da diversão simples e pura que o jogo proporciona e de como ele é único em comparação com qualquer outra forma de entretenimento.

Aqui temos um ótimo vídeo apresentando o First Quest em Inglês, mas muito bacana por apresentar a caixa com todos os seus elementos. Muito mais bacana que a caixa vermelha da 4ed apresentada hoje pela Wizards (uma vergonha!).


Encontrei o áudio do First Quest em um vídeo muito ruim no Youtube, e mesmo com a "Abril Jovem" falida e fechada á anos, coloquei aqui apenas a faixa inicial das "60" faixas de áudio do CD First Quest para que velhos jogadores e novos jogadores possam ouvir como se apresentava RPG para a nova geração na década de 90 e porque a fantasia clássica medieval de AD&D sempre esteve na preferência da maioria!




Espero que gostem e fiquem com Deus!

Luciano Mota "Tolkien" Bastos

8 comentários:

  1. Imagens realmente nostálgicas.
    Campanhas surgem a mente simplesmente ao vislumbre dessas imagens...rs

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    1. É Xará, artistas como Keith Parkinson, Lery Elmore, Brom, Tony Diterlizzi, Clyde Caldwell e Angus Mcbride imortalizaram cenários de fantasia com seus trabalhos! Acho que vou fazer um post só sobre eles! kkk

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  2. Cara! Eu lembro desse cd do first quest, depois de jogar rpg você realmente o acha tosco, + pra uma pessoa que não conhece o jogo é uma forma sensacional de realmente entender o que é o narrador, a ambientação so personagens etc. O first quest é legal pra caramba.

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    1. Leandro, você já viu nas mãos as caixas de AD&D? Já abriu um City Of Greyhawk ou Al-quadin? O material de suporte de AD&D sempre foi muito bom, lâminas coloridas para mostrar como é uma raça, um guerreiro de outra cultura, um cenário alienígena ou mágico, sempre com acabamento de primeira! E o mais bacana é que o AD&D acabou influenciando o D&D clássico, que recebeu nova versão e os Gazetteers, tudo na mesma época, o AD&D elevou o nível dos outros produtos da TSR, acabou sendo com divisor de águas para outras empresas também!

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    2. Não vi não cara! Só a caixa preta antigona. Esse cd que vc falou é o em inglês ou aquele em PT? O que eu ouvi é o em PT

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  3. As caixas de D&D elevaram a qualidade dos produtos de RPG em geral.

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  4. Ótimo artigo Luciano. Cada imagem que via me remetia a uma aventura jogada...sempre com muita emoção toda vez que lembro delas. AD&D foi totalmente um divisor de águas, lembro que conseguiamos uma imersão muito maior naquele tempo, acho que o jogo por si influenciava o mestre a buscar maneiras de aguçar ainda mais a imaginação de seus jogadores.

    Uma narrativa bem elaborada e lexico para dar vida aos seus pensamentos são ótimos, mas quando o mestre faz "the extra mile" e lança uma série de ferramentas que agução a imaginação imagética. A aventura toma outro nivel e a imersão ocorre com mais facilidade. Hoje temos nesse BUM INDIE o resgate dessa vivencia proporcionada pelo AD&D. Saudoso e excelente!

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    1. Valeu Carlos! Realmente o AD&D permitiu o desenvolvimento do fator criatividade de uma maneira, literalmente, "fantástica!"

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