segunda-feira, 13 de abril de 2015

Legend of The Five Rings: Os 5 Anéis Valem à pena?

O RPG ainda em pré-venda "Lenda dos Cinco Anéis" vale a pena? ((New Order)
Em uma resposta rápida:
SIM, e Para Cacilda!

Em uma resposta mais demorada:

Ambientação:
Em primeiro lugar, é, ao lado de Blood & Honor e o menos conhecido, mas excelente "Sengoku", um dos que melhor explora a ambientação feudal japonesa. Ainda que Rokugan não seja o
Japão, e sim um país inventado chamado de ROKUGAN,  muito da história e da mitologia japonesa é extremamente bem absorvida nas diversas lutas entre clãs e nas adaptações históricas para o cenário.

Por exemplo, muitos dos Onis - demônios japoneses - tem suas versões rokunesas devidamente construídas.

A Lenda dos Cinco Anéis (nome baseado no famoso livro de Myamoto Musachi) fala sobre os 5 anéis, ou elementos:

Terra, Agua, Fogo, Ar e Vácuo (ou vazio). Cada um desses elementos traz características como fluidez, mudança, espiritualidade, etc.

A ambientação fala de 7 clãs iniciais cujos daimiôs descendem de deuses, e que enfrentam uma horda de demônios vindas do sul, de um local chamado de "Shadowlands", as terras sombrias.

Uma imensa muralha protege  o sul do país (sim, é similar ao que vemos em Game Of Trhones, mas, salvo engano, o L5R é anterior ao primeiro livro da série), aonde o Clã Carangueijo (Crab) em suas pesadas armaduras enfrentam, diariamente, gigantescos e mortais Onis.

Esta ameaça deveria ser  o suficiente para unir todo o reino em prol de um objetivo comum, não é? Ledo engano, cada um dos agora 9 clãs (aos sete originais mais alguns foram sendo incluidos com o tempo) estão envolvidos em uma guerra política, cultural e militar pela supremacia de sua força e visão de mundo sobre os demais.

A conspiração política e os intrincados costumes fazem de uma pequena ação impensada um furacão de problemas posteriores para o próprio clã e para os personagens. Coisas com não fazer a devida reverência, tocar na espada de outro samurai ou samurai-ko (mulheres samurais), pessoas maculadas com uma doença vinda das terras sombrias, traições, duelos e alta magia não tornam a vida nesta terra nenhum bolinho.

Arte:
A arte de Legend of Th Five Rings (ou L5R para os chegados) é lindíssima. Desde sempre. Como o jogo é baseado em um bem-sucedido cardgame, boas imagens não faltam e são constantemente jogadas pela rede com enorme qualidade. Visualmente o jogo artístico até em sua organização, com cada um dos cinco anéis representando uma seção do livro básico, o que ajuda a entrar no climão do jogo, e funciona sem ficar com aquela cara de coisa feita só por fazer.

Sistema:
O jogo, em sua quarta edição, sofreu algumas mudanças ao longo do tempo, inclusive tendo uma versão D&Deística que não ficou muito boa (sou adepto da idéia de que sistemas importam).

Mas de modo geral a coisa se mantém até hoje: São usados dados de 10 faces, aonde são lançados um numero X de dados e "mantidos" somente alguns (por exemplo, posso lançar 5 dados em um ataque, mas manter os 3 mais altos somente, dependendo de minha habilidade em kenjutso e meus atributos). 
Os dados são somados e tenta-se passar de um número-alvo para ter ou não sucesso.

Isso em termos práticos torna  o sistema brutalmente mortal. Apesar de pequenas diferenças entre níveis de personagens fazerem diferença em momentos cruciais, pode acontecer de um jogador com um personagem mais experiente, dar bobeira e morrer em um duelo com um espadachim mediocre, por exemplo. E isso é legal, porque faz com que os jogadores sejam mais espertos e criativos em confrontos em vez de serem uma massa ambulante de XP.

Além de clãs, o jogador escolhe a função de seu personagem no reino - entre Samurai, Shugenja e Cortesão (L5R é um dos pouquíssimos jogos em que ser um diplmata, de fato, pode ser mais interessante que um porradeiro), e a scola a qual recebeu treinamento. Cada escola tem habilidades e facilidades diferentes em combate (por exemplo, usar armadura sem penalidade, ou ignorar a armadura do adversário, habilidades de espionagem, etc).

Em termos de magia o sistema usa os "shugenjas", feiticeiros que conseguem pedir favores aos Kamis, os espíritos sagrados da natureza, e pedir pequenos favores, como o de iluminar seu caminho, purificar um lago ou incinerar um exército inimigo de forma particularmente dolorosa.

Tradução:
 Além de ter uma base de confiança já estabelecida pelo bom trabalho em Yggdrasil, e pela escolha mais do que acertada no tradutor de Kuro (esta acompanhei um pouco mais de perto), tenho ouvido só elogios de quem viu o material já traduzido pelo zelo da editora. L5R é um jogo particularmente difícil de ser traduzido (assim como Kuro) porque tem termos ingleses e japoneses que merecem atenção redobrada.

As escolhas feitas em situações como "Garça" para "Crane", em vez de "Groo", por exemplo, estão sendo pensadas de forma a levar em conta o que já é consagrado por jogadores. Pessoalmente prefiro, nesses casos, uma tradução que soe melhor nos ouvidos (conheci Crane como Garça), mesmo sacrificando a precisão, do que forçar um termo que fique esquisito em uma mesa. Por experiência, prefiro o caminho por eles escolhido.

Outra coisa que me deixa tranquilo é saber que mesmo antes do pessoal comentar sobre 

Preço e pré-venda:
A pré-venda tem preços bem variáveis, o que acho bacana. Eu achei o preço da caixa de madeira uma opção cara, por exemplo, entendo a razão de tal opção estar a este custo, mas nem sempre a gente pode pagar.

Mas acho as demais opções perfeitamente cabíveis no bolso, com boas opções. O mapa de pano, por exemplo é sempre algo muito legal de se ter para quem é fã.

Finalizando: QUAL É MELHOR?
Eu acho um saco aquelas briguinhas sobre "Qual é melhor?" 
Tipo Star Wars X Star Treck, Cyber 2020 x Shadowrun, Mochileiro das Galáxias x Dr. Who, etc.

No caso pode ser que você, leitor, se depare com algo assim:
"L5R, B&H ou Sengoku?"

A resposta, cidadão é: JOGUE OS TRÊS, cara!

Primeiro porque isso amplia seu conhecimento em jogos e sempre existem mecânicas ou idéias de um ou outro que podem ser aproveitadas nos demais (por exemplo, pode-se usar a vasta descrição do Japão Feudal de Sengoku em B&H, ou a idéia de construção de um clã e suas terras em L5R, ou mapas, magias e monstros em qualquer um dos outros dois).

Depois de fazer isso, e se puder adquirir somente um deles, escolha  o que mais gostar. Mas não entre nessa bad vibe de "briga de torcida". eu tenho os três (todas as edições do L5R, por sinal, mas sou fanboy), e tenho carinho por cada um dos livros e propostas.

Sério, não entra na pilha de porque gostou de um DEVE odiar o outro. Ao contrário, exatamente por gostar de um só faz bem conhecer outras opções (Sengoku não creio que algum dia saia traduzido, infelizmente, mas é bem legal).

Eu conheci Blood & Honor depois de já ter me acabado de jogar principalmente L5R. E gostei muito do livro que a Redbox traduziu. Assim como, tomara, quem curtiu B&H deverá gostar de L5R. Sção jogos diferentes, com propostas diferentes, mas igualmente prazeirosos de se brincar com um grupo bacana de jogadores. Joguem todos, repito, que isso só faz bem!

Abraços.

Brega Presley

2 comentários:

  1. Não sei se foi é problema na minha resolução, mas tem uma frase inacabada (acho que continuação pode estar escondida atrás de uma das imagens da matéria).

    "Outra coisa que me deixa tranquilo é saber que mesmo antes do pessoal comentar sobre ".

    No mais, excelente matéria.
    Sempre gostei da temática, e espero um dia poder mestrar em um jogo com tema de Japão Feudal (seja realmente o Japão ou alguma variação). Bem interessante citar, mesmo que por cima, algumas diferenças entre esses jogos com temáticas similares.

    Aproveitando, fiquei com uma dúvida: qual sistema é a versão que está sendo traduzida pela New Order?

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  2. É o sistema da quarta edição, próprio da editora gringa.
    Sobre a frase, ficou comida sim. Perdi umas duas frases depois, mas basicamente falava sobre como a editora mesmo antes do pessoal falar sobre as erratas, eles já a haviam incluido no material traduzido.

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