quinta-feira, 2 de junho de 2016

X-MEN - IMPRESSÕES SOBRE A NOVA LINHA DO TEMPO E POSSÍVEIS ADAPTAÇÕES PARA RPG

Olá amiguinhos!

Enfim, um filme dos X-Men! Esse foi meu pensamento ao sair do cinema após X-Men: Apocalipse.

A equipe de mutantes mais amada dos quadrinhos finalmente conseguiu atuar como um grupo na telona, e ainda que hora ou outra o protagonismo passe para um personagem específico, a ideia de time ficou muito bem definida.

A primeira observação sobre essa nova montagem que me agradou foi uma linha do tempo concisa e acontecimentos em ordem cronológica. Antes, a linha do tempo era uma bagunça, e com o reboot oficial em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, isso parece ter sido consertado. Achei que foi uma boa maneira de recontar a história,e ignorar a trilogia inicial, mais os dois filmes solo e lamentáveis do Wolverine. Aliás, que segundo Hugh Jackman, não será mais interpretado por ele após Wolverine 3, filme que não deve fazer parte da nova linha do tempo de X-Men.


X-MEN: APOCALIPSE

Outro ponto positivo, que funcionou bem desde o segundo filme da nova série, foi a separação dos personagens primários e secundários. Você consegue perceber o papel definido de cada personagem, e o protagonismo fica por conta do time, com os personagens principais (e nessa montagem a Mística é um deles) aparecendo com mais destaque, mas não descuidando dos coadjuvantes da equipe de mutantes.

Sobre os antagonistas, infelizmente, En Sabah Nur, o Apocalipse, vilão "fucking badass", não é o melhor deles. Aliás, para alguém com a magnitude de poder da entidade mutante, essa montagem modificada do vilão, não caiu como uma luva. De longe, Tempestade e Psylocke roubam a cena (nem precisamos falar do Magneto não é?) e o Anjo mais uma vez é um cavalo paraguaio: arranca, mais não chega! Aliás, a nova Tempestade realmente ficou muito boa, e sua introdução no universo mutante como vilã foi um ponto positivo pra mim.

Falando dos "mocinhos", o primeiro destaque que faço é que enfim, ao que parece, teremos um Ciclope decente, mas longe daquele personagem das animações que angariou tantos fans. Como ainda é um jovem, pode ser que o personagem evolua bem ainda. Sophie Turner conseguiu, na minha opinião, muito bem convencer com Jean Grey, e deixar de lado a pacata sombra de sua personagem em Game of Thrones, Sansa Stark. O Mercúrio, na minha opinião, continuou um personagem meio avulso, embora proporcione cenas muito maneiras, e o Noturno é um show a parte, embora pareça parece que aproveitaram efeitos e maquiagem de X-Men 2, porque era idêntico,e cheguei a achar que era o mesmo ator interpretando o papel. De resto, o trio James McAvoy, Jennifer Lawrence e Michel Fassbinder retorna a franquia, e mantém a boa atuação dos filmes anteriores.

Minha impressão final é que é um bom filme, me arrisco a dizer que o segundo melhor dos três da nova linha temporal, embora tantos os usuários do IMDB, quanto o Metacritic não concordem, talvez, pelo fato da clássica frase "o terceiro filme é sempre o pior da série". Tem alguns problemas técnicos, e o Apocalipse frustrou um pouco minha expectativa, porém, ver os X-Men como time, agindo com todos os personagens, e esses personagens funcionando foi bem satisfatório!

O bastão da série foi passado por Brian Synger a Simon Kinberg (medo!), e seguindo o modelo da nova montagem, o filme se passará na década de 90, avançando em dez anos a linha do tempo em média. Vamos ver o que esse novo diretor nos proporciona e qual caminho a saga seguirá. Devido a cena pós-créditos, muito possível que tenhamos Nathaniel Essex, ou Sr. Sinistro como vilão.



MAS, O QUE ESSA POSTAGEM TEM HAVER COM RPG?

Tudo, oras! Desde sempre, X-Men é a equipe de heróis prediletos para adaptações de jogos de RPG de heróis, por ser mais simples de adaptar, pois você não precisa de uma desculpa para juntar a equipe, ou inserir novos mutantes, e porque a grande maioria das pessoas conhece bem por aqui, graças as exibições de suas séries na TV aberta.

E alguns sistemas como o clássico Marvel Super Heroes (e suas muitas edições) e o mais moderno Marvel Heroic, trazem em seu escopo fichas prontas dos principais personagens da equipe de mutantes, e inclusive, de alguns vilões, tornando fácil a adaptação. Agora, se você quer uma maior liberdade ou flexibilidade, bem como criar uma versão diferente dos X-Men inclusive, pode tranquilamente se utilizar do sistema Mutantes e Malfeitores (3ª Ed.) ou ainda GURPS (4ª Ed.), cujo os suplementos Powers e Supers (vale olhar o Psionic Powers também) possuem tudo que você precisa para montar seus heróis e vilões. Completando a lista, você ainda pode usar o Savage World e seu Compêndio de Superpoderes, que inclusive está em financiamento para versão em PT-BR, ou Fate Básico com o suplemento The Daring Comics, com pouco mais de trabalho e com menos detalhes que nos anteriores.

Você ainda tem a opção de adaptação para sistemas voltados para jogos de super-heróis, como Bash! ou Icons, mas como não conheço bem as mecânicas destes sistemas, prefiro não opinar pela complexidade da adaptação de X-Men para eles. Porém, vale a pena dar uma conferida para verificar a viabilidade.

DICAS PARA ADAPTAÇÃO

Adaptando o filme para mesa de RPG, é possível dividir a aventura em dois ou três arcos, dependendo do tipo de narrativa que você mais goste. Aqui na matéria, vou sugerir adaptar em três partes. Importante é que os jogadores sejam inseridos a fundo na trama, considerando que parte deles pertencem a escola do Professor X e a outra parte será inserida durante o primeiro arco. Essa inserção, pode simplesmente mimicar a forma do filme, ou ser feita da maneira que o narrador mais se sentir a vontade. O importante é que os jogadores, ainda que conflitantes, estejam juntos e preparados para o próximo arco, que é uma espécie de "o que está acontecendo?".

No segundo arco, os jogadores partem para investigar os antagonistas, revelados no fim do primeiro arco. Você tem a opção de colocar uma trama opcional atrapalhando os jogadores, como no filme o William Stryker capturando parte da equipe, ou seguir em frente para investigação de quem são os vilões  e onde encontrá-los. Colocar a Mística na equipe de jogadores, mesmo ela sendo uma das protagonistas, pode ser interessante a nível de desafio, e pode levar a aventura para outro rumo, dependendo da interpretação dada a instabilidade emocional da personagem. No fim deste arco, o ideal é que o grupo chegue para enfrentar os antagonistas, e o tipo de abordagem pode mudar a ordem dos acontecimentos do fim da trama.

En Sabah Nur - O Apocalipse


Finalizando a aventura, o terceiro arco é basicamente o embate final entre X-Men, Apocalipse e seus quatro Cavaleiros (Tempestade, Magneto, Anjo e Psylocke). Mais uma vez, fica a critério do narrador como cada um dos antagonistas vai agir. Você pode substituir o Magneto causando destruição ao mundo pela Tempestade criando furacões e remotos, por exemplo. O Apocalipse pode agir em conjunto, ou individualmente, e isso vai definir o grau de dificuldade deste encontro final. O que acontece com ele em caso de vitória dos X-Men também fica a critério do mestre, se ele será destruído, como no filme, ou se consegue fugir de alguma forma.

Uma coisa é certa, em se tratando de um jogo de RPG, onde nada é roteirizado, podem ocorrer muitas discrepâncias entre jogo e filme, e mais, o final da aventura certamente tem um grau de dificuldade bem mais alto. Então, se você não quiser um jogo letal, é ideal que pelo menos cinco ou seis jogadores estejam no jogo, e que tenha um ou dois NPCs como suporte (não para resolver o jogo), para eventuais fugas ou apoio.

Espero que tenham gostado da matéria, e que comentem sobre ela, principalmente suas impressões o filme, ou sobre como e para qual sistema adaptariam o filme para jogos de RPG.

Let's game!

Edson Sorrilha.

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