sexta-feira, 30 de julho de 2010

D&D 4.5???

A Wizard resolveu não publicar mais os três livros básicos de D&D.
As alegações giram em torno de um discurso muito bonitinho de "querer dar mais atenção à linha Essentials", mas cheira a manobra para forçar o pessoal a comprar (de novo) novos livros.

Não há razão que justifique deixar de publicar algo que foi lançado a menos de um ano com razoável estardalhaço, e, opinião pessoal (ninguém precisa concordar) é MUITA ingenuidade acreditar que isso é pelo bem dos jogadores.

Trazer o jogo de forma mais simples e fácil de se jogar, reformular raças e afins, e etc, se for mesmo a proposta do "Essentials" já não era a função que o D&D 4.0 prometia cumprir? Que "grandes descobertas" e alterações, em poucos meses se fazem assim, tão necessárias?
Erratas? Juram para mim que, cobrando o que eles cobram, nenhum editor competente foi encontrado para minimizar esse problema?

Já há, rede afora, comentarios prós e contra a medida (a maioria contra, pelo que li), e, mesmo não sendo entusiasta de D&D, não há de se estranhar irritação de quem joga e curte o sistema e ambientação.

Não sendo um entendido, corro o sério risco de falar abobrinha, mas me parece mais do que inútil qualquer revisão de retorno a edição 3.5, ou era inútil, desde o início, a 4.0.

Há pessoas que compram RPGs, ao invéz de baixá-las, e se eu fosse jogador ou mestre de D&D com certeza teria sido um desses "idiotas" (atenção às aspas) que gastam mais de 300 reais por um sistema e seus três livros "essenciais" agora com cheiro de notícia velha.
Quantos meses depois, mesmo?

Já não gostava da idéia de um sistema atrelado a miniaturas. Além de encarecer desnecessariamente o jogo (bonitinhas ou não, esse estímulo a excesso de equipamentos para se jogar algo, sempre me lembra uma passagem de "Admirável Mundo Novo" do Aldous Huxley).

Bem faz a editora de Eclipse Phase. Livros para baixar gratuitos e em papel (vou comprar o EP, exatamente porque vi o pdf baixável e gostei).

Enquanto RPG for sinônimo no Brasil (e fora dele, pelo visto) de algo que precisa de mais capital e menos de criatividade,será menos divertido do que pode ser, menos acessível e meio parecido com um Ogro capitalista.

No Brasil, resta saber como isto afetará um mercado que ainda tenta voltar a patamares anteriores, que tem empresas que investem seus recursos em traduções e impressões, e que, agora, pode ter seu capital empacado por causa da última gracinha do mercado internacional.

Também, resta saber se os brasileiros que compram seus livros com esforço entenderam a lição, e vão usar seu dinheiro em livros e sistemas que os tratem com um pouco mais respeito.
Esperemos que sim.

Brega

9 comentários:

  1. Detalhe, a linha Essentials saiu exatamente 2 anos depois os primeiros livros e não os substitui, apenas atualiza algumas regras e apresenta novas versões da classes. Todo o resto ainda é utilizavel.

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  2. Pois é Diogo, mas com a recente noticia do 5.0, acho a critica mais pertinente do que nunca. O sistema não carece de "novas regras", carece de respeito à moçada que compra os livros e se ferra a cada vez. A noticia já era um "aviso prévio" de que nem do 4.5, mas do que eles prometem para o ano que vem (escrevo em fev. de 2012).

    Não sou contra atualizações, mas antes da antiga versão começar a caducar de fato é frocks. E MESMO não gostando da 4.0, acho que ela ainda tinha fôlego em termos de propostas de cenário e regras para mais coisa.

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  3. Cara, não tem porque insistir em algo errado. A 4e foi aquela que as pessoas menos gostaram. Estava mais do que na hora de fazerem um 5e.

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  4. Cada um gasta seu dinheiro com o que quiser, se quer comprar livros que compre. Este é o feedback do mercado, e de "amores" o RPG não vai vier.

    4e foi muito pouco, não agradou a maioria e ponto. Todas as edições alteram regras em geral, mas dentro de um bom senso e uma nova alteração é necessária.

    Achei bem interessante a tua crítica, principalmete na parte em que diz "não sendo um entendido, corro o sério risco de falar abobrinha", bem, tu quis correr este risco bem como a Wizards quis correr também com tantas alterações. Eles já deviam prever isto, tamanha a mudança no sistema.

    O que realmente me chateia é a extinção do material do 3.5 para forçar a venda do 4.0. O material não deveria ser substituído, apenas adicionado.

    Aguardemos então o novo material. E em caso de "dúvida se compro ou não" procure uma loja de RPG, lá você pode folhear os livros pra decidir se compra ou não.

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  5. Genaro, a função de um crítico não é a de ter razão, mas opinar e fazer refletir.
    Entendo que um blog, mesmo de RPG, deva ser opinativo.
    Fora isso, antes de uma decisão e compra, do próprio material ou futura, é comum jogadores e mestres procurarem a opinião de terceiros sobre o assunto.

    Não sou leigo em RPG, ao contrário, e minha crítica foi tão honesta quanto possível.

    O material não é barato, e pesa o suficiente para que jogadores e mestres decidam não gastar esse valor a cada poucos anos. Mais do que uma observação sobre a qualidade do RPG ou não, a postagem acima tem o objetivo de trazer a tona a diferença entre livros publicados por necessidade de mercado, e por necessidade de metas orçamentárias. O quarta edição foi tão in´putil que mesmo fãs convictos, no geral, não gostam e não jogam.

    Quanto aos "amores" não deixo de criticar materiais, mesmo que sejam de meu gosto pessoal, como cyberpunk 2020.

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  6. Ps: Fosse aplicar a sua lógica à postagem, diria "não te interessa o tema, não leia".

    Mas acho que ela não faz sentido.

    Devemos ler inclusive o que não nos interessa eventualmente, ou ficamos sempre nos mesmos temas, opiniões e jogos.

    Abraços

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  7. Brega Presley, o que o meu comentário quis dizer é: Faça o que tu queres.

    A necessidade de mercado é um problema que já contaminou todas as indústrias, por isso eu digo "quer comprar, compre". E ela fica tão evidente que eu comentei também "bem, tu quis correr este risco bem como a Wizards quis correr também com tantas alterações", fica claro o espírito capitalista em uma revolução tão fútil e desnecessária no sistema. Eu particularmente acho que os magos foram inspirados no DoTA.

    Assim como a massa é que alimenta a marca, o rpgista tem o poder de decidir de "quem é o momento" no nosso mercado. Eu não culpo a Wizard, ou a Nike, ou quem quer que seja, nem é um idiota quem compra este material.

    O fato é que agora está na moda "ser nerd", troll não é mais uma criatura que um grupo suava pra matar, é um meme idiota. O que a Wizard fez já era de se esperar, são os altos e baixos. E fico muito feliz com o índice de insatisfação do público, mostra que nós ainda queremos RPG de verdade, não Skyrim (solo um dragão).

    Eu imaginei que veria meu comentário como crítica direta a publicação, eu até faço de propósito as vezes, cutucando as pessoas elas "soltam o verbo". E fico feliz de ver o nível da tua resposta, de realmente DIalogar.

    Continuo afirmando, quem quiser comprar, que compre. Mas claro, não me abraço nessas armadilhas consumistas.

    Abraços Fraternos.

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  8. Genaro,


    A ideia original da postagem, anterior ao anuncio do 5.0, foi exatamente a de chamar a atenção para esta realidade de mercado, então acho que concordamos, no geral.

    RPG é um produto e realmente compra quem quer, mas acho que temos a função de favorecer a reflexão.

    Uma das coisas mais saudáveis do mercado atual é que são cada vez menos os livros que tentam ser "o unico jogo que você e seu grupo jogará".

    Acho bacana a maior parte dos lançamentos que tenho acompanhado serem um sistema a mais, mas não, como foi no caso do Gurps, D&D e mesmo White Wolf "O" sistema.

    Acho fantasticas as novas ideias de ambientações, mas o mais interessante são exatamente as novas formulas de regras (para mim), e nunca fui um fã de regras.

    Os autores e editoras estão acertando o tom em opções tanto de sistemas mais complexos e completos, quanto em opções mais leves, que n~çao requerem muito tempo gasto na leutura. Assim os mestres que desejam experimentar vários sistemas e ambientações, conseguem temo hábil para isso, e os que preferem maior imersão em um sistema, também.

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  9. O que me pega nas versões do D&D é que em vez de fazerem um produto por uma necessidade de mercado (RPGs precisam se renovar em regras e ambientação, porque eventualmente os jogadores querem mais ou mudaram a forma de se relacionar com o jogo) , tentaram criar uma necessidade para vender o mesmo.

    Foi um dos maiores erros de projeto para o mercado de RPG de todos os tempos. Não apenas não conseguiram manter o interesse, como alimentaram uma legião de admiradores de outros sistemas, como o Pathfinder.

    Um erro,de fato, até produtivo, porque fez jogadores buscarem outras coisas, mas ainda asism, um erro.

    A esperança é que o D&D 5.0 traga frescor de idéias, em vez de simplesmente ser excelente de marketing, mas desinteressante enquanto opção.

    Mais do que o Pathfinder, no entanto, acho que um bom RPG que deve crescer em popularidade é o The One Ring.

    Vamos ver.

    Braços.

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