sexta-feira, 3 de outubro de 2014

KRULL: Um Clássico a ser Revisitado


KRULL é um filme de 1983, escrito e dirigido por Peter Yates, e é uma história que teve grande impacto em minha geração (tinha 10 anos, então). 


Enquanto carecia dos efeitos especiais mais bem trabalhados de filmes como "Guerra nas Estrelas", esta produção inglesa não era de todo desprovida de cuidados e um trabalho artístico primoroso. Abusando de stopmotion e efeitos de câmera um pouco manjados, era o que tecnicamente era possível com os certamente poucos recursos que o filme recebeu.

Mas mais importante do que isso, para moleques que só podiam ver filmes na TV ou quando passavam em
cinemas, Krull era uma fantasia medieval muito bem feita para os padrões da época, apesar de um pouco (não muito) datada para os dias atuais. Armas como um disco-estrela comandado telepaticamente, ciclopes, transmorfos, aranhas gigantes, cavalos tão rápidos que incendeiam o chão por onde passam, um visionário cego, dopplegangers, profecias e um monstro terrível como inimigos, eram, sob vários aspectos, uma novidade muito bem-vinda para o período (o filme é antecessor a clássicos como "A Lenda", por exemplo).

Há cenas belíssimas, ainda assim, como a fortaleza "orgânica" da Besta, ou as escolhas de cenários ao ar livre de tirar  o fôlego.


E a história funciona o suficiente para divertir, ainda hoje. Alipas, em alguns pontos, é de um roteiro até bem complexo, como na parte da relação entre um dos personagens e a viuva que vive em uma gruta.

Outro ponto interessante na trama é que o filme começava do ponto de vista do espaço, com uma nave rochosa chegando ao planeta, um dos poucos pon tos sci-fi do filme que fazem juz a antigas histórias como John Carter.
O Glaive , ou "Gladio" como foi traduzido aqui...


No filme, um jovem príncipe, Colwyn, deve localizar e resgatar sua noiva, a belíssima Lynn, das garras da Besta, e encontrar um meio ou arma capaz de derrotar o monstruoso inimigo antes que seja tarde.
Liam Neeson em sua primeira "Busca Implacável".
Com a escória da sociedade e um ciclope e um transmorfo, ele precisará correr contra  o tempo para chegar a Fortaleza Negra antes que mais um dia se inicie e a mesma se teletransporte para outo local.

A trilha do filme, assinada por James Horner, é executada pela, Orquestra Sinfônica de Londres, e é uma das mais bacanas em um período que grandes temas de filmes eram uma obrigação.



Filme e RPG: KRULL - Um filme para D&D? Um dos boatos que circulam é o de que o filme teria sido feito, originalmente, como uma espécie de peça promocional para D&D. Fato este negado por Gygax, o fato é que ele apresenta uma formatação diferente da do RPG, ainda que facilmente adaptável para qualquer uma de suas edições. Mais abaixo deixei um link para uma adaptação (em inglês) que pode ajudar a quem quiser se aventurar.

Há inúmeras possibilidades, como uma raça de ciclopes a ladinos bem menos convencionais, sem falar nos cavalos com pés de fogo. E continentes e lendas "prequel" que podem ser criadas para o mundo em questão.

Seja como for, é um filme clássico, que merece ter uma oportunidade de ser assistido mesmo que seja somente para se entender quais eram as referências de jogadores no período, mas, se possível, para se saborear uma boa aventura que envelheceu suficientemente bem para ainda ser divertido.

"And that their son shall rule the galaxy."
Aqui, uma adaptação em inglês do filme para D20 (não manjo D20 para saber se está boa, mas já deve ajudar). KRULL RPG

Um comentário:

  1. Cara Krull é tudo de bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Na década de 80 e 90 você carecia de filmes de fantasia, mas os que tínhamos como Krull, Feitiço de Áquila e Willow eram D+! :-)

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