quarta-feira, 14 de julho de 2010

Manifesto Cyberpunk

O MANIFESTO CYBERPUNK, de 14 de fevereiro de 1997.

por Christian As.Kirtchev traduzido por Heigberg, Almirante das Forças Terrestres, ou vulgo Leandro Parejo.

"Somos as mentes eletrônicas, um grupo de rebeldes de pensamentos livres.

Cyberpunks. Vivemos no Ciberespaço, estamos em todos lugares, não temos limites.

Este é nosso manifesto, o manifesto cyberpunk.

¡Unidos! Lutemos por nossos direitos!

Somos as mentes eletrônicas, um grupo de rebeldes de pensamentos livres. Cyberpunks.

Vivemos no Ciberespaço, estamos em todos os lugares, não temos limites.

Este é nosso manifesto."

I.Cyberpunk

1/ Esses somos nós, o diferente. Ratos da tecnologia, nadando no oceano de informação.

2/ Estamos coibidos, pequenos garotos de colégio, sentados na última carteira, no canto da sala.

3/ Somos os adolescentes que todos consideram estranhos.

4/ Estamos estudando hackear sistemas operacionais, explorando a profundidade de seus extremos.

5/ Fomos criados no parque, sentados em um banco, com um computador portátil apoiado nos joelhos, programando a última realidade virtual.

6/ Nossas coisas estão na garagem, formando uma imensa tralha eletrônica. O ferro soldado na esquina da mesa e perto da radio desmontada – isso é o nosso. O nosso é uma habitação com computadores, impressoras barulhentas e modems apitando.

7/ Somos aqueles que vemos a realidade de forma distinta. Nosso ponto de vista mostra mais do que a gente ordinária pode enxergar. Eles só vêm o exterior, a casca, mas nós vemos o interior. Isso é o que somos - realistas com cara de sonhadores.

8/ Somos aquelas pessoas praticamente desconhecidas na vizinhança. Pessoas, entregues a seus próprios pensamentos, sentadas dia após dia em frente ao computador, vasculhando a rede por alguma coisa. Não saímos freqüentemente de casa, só de vez em quando para ir a um estúdio de radio, como a um conhecido bar para encontrar a alguns poucos amigos que temos, ou encontramos a algum cliente, ou quem sabe ao traficante da esquina,...ou simplesmente para dar uma volta para esticar as pernas.

9/ Não temos muitos amigos, só alguns poucos com que nos vamos as festas. Todos os demais que conhecemos estão na rede, no outro lado da linha. Os conhecemos do nosso canal favorito no IRC, dos newsgroups, dos sistemas que freqüentamos.

10/ Nos somos aqueles que não se importam com o que os demais pensam de nos, não nos importa o que aparentamos ser, ou o que as pessoas falam sobre nos em nossa ausência.

11/ A maioria de nos vivem escondidos, sendo desconhecidos para todos, menos para aqueles que inevitavelmente estão em contacto conosco.

12/ Outros amam a publicidade, eles amam a fama. Eles são conhecidos em seu mundo underground. Seus nomes se ouvem com certa facilidade. Porém todos unidos somos uma só coisa - nos somos os cyberpunks!

13/ A sociedade não nos entende, somos os "raros" e os "loucos", pessoas que aos olhos das pessoas normais que vivem longe da informação e das idéias livres. A sociedade nega nossa maneira de pensar - uma sociedade, vivendo, pensando y respirando de uma única maneira - um tópico.

14/ Eles nos depreciam porque pensamos de forma livre, e o pensamento livre está proibido.

15/ O cyberpunk tem uma aparência externa, ele carece de movimento. Os cyberpunks são pessoas que, começam desde o normal e sabem o que todos conhecem, do artista "tecnomaníaco", até o músico que toca música eletrônica, ao pessoal da sua escola.

16/ O cyberpunk não é mais apenas um gênero de literatura, tampouco é una ordinária subcultura. O cyberpunk é em si mesma uma nova cultura, filhos de uma nova era. Uma cultura que une todos nossos interesses comuns e pontos de vista. Nos estamos unidos. Nos somos os cyberpunks.

II.Sociedade


1/ A sociedade que nos rodeia está presa ao conservadorismo e no "tudo para eles", enquanto se afunda lentamente nas areias movediças do tempo.

2/ Entretanto, alguns obstinados recusam a acreditar nisso, o obvio é que vivemos em uma sociedade apodrecida. As chamadas reformas que nossos governos utilizam para se orgulharem, no são mais do que um pequeno passo a frente, que poderiam ser feitas mais satisfatoriamente com um salto.

3/ As pessoas temem o novo e o desconhecido. Eles preferem o antigo, o conhecido e o que eles mesmos tem comprovado. Eles temem o que o novo possa fazer com eles. Eles temem perder o que já possuem.

4/ Seu temor é tão forte que isto é proclamado inimigo revolucionário e idéia liberal - é uma arma. Este é o seu erro.

5/ As pessoas devem deixar seus temores para trás e seguir adiante. No sentido que o pouco que agora tens poderá se multiplicar no amanhã. Tudo o que eles tem que fazer é fechar seus punhos e sentir o novo; dar liberdade aos pensamentos, as idéias e as palavras.

6/ Durante séculos as gerações tem sido educadas de uma mesma forma. Os ideais são o que todos buscam. Se esquecem da individualidade. As pessoas pensam de uma mesma maneira, seguindo um modelo imposto desde sua juventude, a "educação-modelo" para todos os garotos: e, quando algum se atreve a desafiar a autoridade, é castigado. “Isto é o que acontece quando expressas tua própria opinião e esta é diferente da do professor".

7/ Nossa sociedade está doente e precisa ser curada. A cura é uma mudança no sistema...

III.O Sistema


1/ O Sistema. Com séculos de antiguidade, baseada em princípios que não são válidos atualmente. Um sistema que não tem mudado muito desde seu nascimento.

2/ O sistema está equivocado.

3/ O Sistema deve impor sua verdade sobre a nossa para poder mandar. O governo necessita que nos a sigamos cegamente. Por esta razão, vivemos em um eclipse informativo. Quando as pessoas adquirem mais informação do que a do governo, não podem distinguir qual é correta e qual não. Assim que a mentira se faz verdade - uma verdade, fundamental para todo o demais. Assim os líderes controlam com mentiras as pessoas ordinárias que carecem da noção de qual é a verdade e cegamente seguem ao governo, acreditando neles.

4/ Nos lutamos para liberar a informação. Nos combatemos pela liberdade de expressão e da imprensa. Pela liberdade de expressar nossos pensamentos livremente, sem ser perseguido pelo Sistema.

5/ Inclusive nos países mais democráticos y desenvolvidos que pretendem ser o berço da liberdade de expressão. A má informação é uma das principais armas do Sistema. Uma arma que eles dominam muito bem.

6/ A rede é a que nos ajuda a expandir nossos pensamentos livremente. A rede sem barreiras nem limites de informação.

7/ O nosso é teu, o teu é nosso.

8/ Todo o mundo pode compartilhar a informação, sem restrições.

9/ A encriptação da informação é nossa arma. Assim as palavras da revolução podem expandir-se ininterruptamente, e o governo só pode tentar adivinhar.

10/ A rede é nossa essência, na rede somos os reis.

11/ Leis. O mundo esta se transformando, porém as leis são as mesmas. O Sistema não está se transformando, só uns poucos arranhões para se vestirem para os novos tempos, porém no fundo é tudo o mesmo.

12/ Nos precisamos novas leis. Leis, que se ajustem ao tempo em que vivemos, com o mundo que nos rodeia. Não leis construídas nas bases do passado. Leis, para hoje, leis, que se ajustem ao amanhã.

13/ As leis que só se referem a nos. Leis que desesperadamente precisam ser revisadas.

IV.A Visão

1/ A algumas pessoas não importa o que acontece no mundo. Para eles importa o que acontece ao seu redor, em seu micro-universo.

2/ Estas pessoas só podem ver um futuro obscuro, porque eles só enxergam a vida deles mesmos.

3/ Outras pessoas, se mostram mais conscientes no que acontece globalmente. Eles estão interessados em tudo, na perspectiva do futuro, no que vai acontecer ao mundo.

4/ Eles tem uma atitude mais otimista. Para eles o futuro é limpo e mais bonito, podem ver nisso a um homem mais maduro em um mundo mais amplo.

5/ Nos estamos no meio. Estamos interessados no que acontece agora e no que vai acontecer amanhã.

6/ Observamos a rede, e a rede está crescendo e ampliando-se.

7/ Pronto tudo neste mundo será absorvido pela rede: desde os sistemas militares até o computador de casa.

8/ Mas a rede é a casa da anarquia.

9/ Não pode ser controlada e é nisso que radica seu poder.

10/ Cada homem será independente na rede.

11/ Toda a informação estará aqui, fechada no abismo de zeros e uns.

12/ O que controla a rede, controla a informação.

13/ Vivemos numa mistura de passado e presente.

14/ O mal provém do homem e o bem da tecnologia.

15/ A rede controlará ao pequeno indivíduo e nos controlaremos a rede.

16/ Mas, se você não controla, serás controlado.

17/ A informação é o PODER!

V.¿Onde estamos?

1/ ¿Onde estamos?

2/ Todos nos vivemos em um mundo doente, onde o ódio é uma arma e a paz um sonho.

3/ O mundo cresce lentamente. É difícil para um cyberpunk viver em um mundo subdesenvolvido, com gente ao seu redor que observam seu forte desenvolvimento.

4/ Nos vamos para frente, e eles nos empurram para trás. A sociedade nos suprime. Sim, suprimem a liberdade de pensamento. Com cruéis programas de educação em colégios e universidades. Abarrotam as crianças com seus pontos de vista e castigam e negam toda intenção diferente.

5/ Nossos filhos crescem educados neste velho e não modificado sistema. Um sistema que não tolera a liberdade de pensamento e demanda uma estrita obediência as regras...

6/ Viveríamos num mundo muito diferente deste se as pessoas fizessem degraus e não buracos.

7/ É difícil viver neste mundo, Cyberpunk.

8/ É como si tivessem parado o tempo.

9/ Vivemos no lugar correto, mas não no tempo correto.

10/ Tudo é tão ordinário, as pessoas são as mesmas, seus atos também o são. Como se a sociedade sentisse uma necessidade intensa de viver atrás no tempo.

11/ Alguns tentam encontrar seu próprio mundo, o mundo Cyberpunk, e encontrando-o, constroem seu mundo. Constroem seus pensamentos que modificam a realidade, se entregam a estes e vivem em um mundo virtual. As invenções criam a realidade.

12/ Outros, em troca, se acostumam ao mundo tal como ele é. Eles seguem vivendo nele, mesmo não gostando. Eles não têm outra escolha que esperar que o mundo se mantenha bem e siga em frente.

13/ O que tentamos fazer é mudar a situação. Estamos tentando ajustar o mundo presente a nossas necessidades e pontos de vista. Para adequá-lo a sua máxima função e esquecer o lixo. Quando nos não podemos, simplesmente vivemos neste mundo, como os cyberpunks, não importa o difícil que seja, enquanto a sociedade não lute, nos o faremos.

14/ Nos construímos nossos mundos no Ciberespaço.

15/ Um monte de zeros e uns, um monte de bits de informações.

16/ Construímos nossa comunidade. A comunidade dos CYBERPUNKS.

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