Para cinéfilos,
fãs e até mesmo o público em geral não há local melhor para assistir seu filme
predileto que a própria sala de cinema. Infelizmente, não temos uma sala dessas
em casa e não há filme que perdure eternamente nos circuitos.
Mas algumas
vezes os deuses são bondosos e fazem mais que fazer o raio do D20 dar dano
crítico. Uma sessão especial em um cinema aqui do Rio de Janeiro trouxe nada
mais, nada menos que o saudoso A História Sem Fim (The NeverEnding Story) para a telona.
Obviamente,
não há muito o que esperar em matéria de efeitos especiais de um filme de 1984,
mas o grande destaque (não de forma positiva) vai para o dragão que nem mexe a
cauda quando em solo e a cópia das esfinges do oráculo trocando apenas as
cores.
O melhor de A
História Sem Fim, é claro, é a história. Baseada no livro “Die unendliche Geschichte” do escritor alemão Michael Ende, o
conflito começa com o jovem Bastian em apuros, perseguido por alguns garotos
que insistem em atormentá-lo, quando ele entra em uma livraria. Lá o
proprietário mostra um antigo livro, chamado A História Sem Fim, o qual
classifica como perigoso. O alerta atiça a curiosidade de Bastian, que pega o
livro emprestado sem ser percebido.
Com as mãos de
Bastian no livro-título, dá-se início à grande aventura que poderia ser muito
bem retirada de uma sessão de RPG. E das boas. Nada falta e a semelhança é de
deixar boquiaberto. A busca de Atreyu começa com o chamado, assim como a grande
maioria de nossas aventuras. O mundo, aos poucos, é devorado pelo Nada e a imperatriz
de Fantasia, a única pessoa capaz de salvar todos, está morrendo. Atreyu é então
chamado ao palácio imperial, onde recebe o Auryn
(um medalhão mágico) e a oferta de salvar o mundo ao buscar a cura.
Depois de
vagar enormes distâncias sem saber ao certo onde ir, Atreyu decide procurar uma
antiga anciã conhecida por saber todas as respostas. Seu trajeto o leva através
de um pântano capaz de engolir todos aqueles que estão sobrecarregados de
tristeza. Não prosseguirei nos conflitos pelo risco de spoilers. Embora o filme seja bem antigo, ainda há um bocado de
gente que nunca o viu.
Por fim, o
ponto onde quero chegar é a existência, nessa obra, de uma aula de narração de
aventuras, com situações inusitadas que vão muito além do combate e exigem
diversas habilidades de um personagem. Pense no desespero de um warrior ou fighter ao perceber que toda sua força e perícia de nada serve para
mantê-los a salvo e que no fim, o bardo é o mais indicado para salvá-los, como
seria o caso do pântano de tristezas. Isso certamente enriquece uma narrativa e
deixa o grupo com diversas histórias para contar.
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