É incrível a quantidade de obras
de ficção que tiveram origens em mesas de RPG. Alguns casos é o
reaproveitamento de cenário, já outros são os relatos e adaptações de sessões
que fizeram história. De fanfics a
autores consagrados na literatura, o que não faltam são exemplos de jogadores
que beberam na mesma fonte que os divertidos dias de folga em torno de uma mesa
e dados à mão.
Lá pelos idos de mil novecentos e
lá vai fumaça, iniciei meu cenário, a princípio como uma expansão para o
nacional Tagmar (alguém se lembra?) e após a GSA fechar as portas, decidi tocar
o projeto como cenário próprio e criar um sistema próprio de regras. Alterações
vão, modificações vêm e mais de uma década depois o resultado é completamente
diferente do original (felizmente muito melhor).
O Rei dos Malnascidos, lançamento
no SdM, traz uma parte desse cenário que transcorreu das fichas para a
literatura. A obra conta a história de um grupo de jovens sem antecedentes de
magias em suas famílias (malnascidos) que decidem encarar a terrível e mortal
iniciação na Academia Doszil, destinada à educação em política, engenharia, estudos
sociais e principalmente, magia. A aventura recai na mesma época em que um
desertor conhecido como Rei dos Malnascidos dissemina o terror e desafia o
poder do Conselho Doszil que regulamenta e fiscaliza as leis de todo o
continente.
Há cinco mil anos, O Continente,
ou Ãh Rahresh, como é dito na Língua Geral dos dias de hoje, era ocupado
principalmente por tribos nômades e pequenos oásis com pouco contato entre si.
Criaturas fantásticas de grande conhecimento, perspicácia e poderes mágicos
eram firmemente cultuadas como deuses nomeando sacerdotes e controlando reis. Mas sua história estava prestes a ser profundamente alterada. Deixando seu
exílio no deserto, Sijim, tido como sendo o primeiro mago, rebelou-se contra os
seres místicos, matou-os um a um, subjugou os oásis depondo-lhes os reis e
extinguiu a religião.
Dotado de inteligência
inigualável, reestruturou toda a sociedade dividindo-a em cinco castas sendo
quatro delas com papel bem definido em relação às suas funções na nova sociedade.
Casta Doszil: os Doszilla, como são chamados os magos, constituem a
mais alta de todas as castas. São responsáveis pelo controle de magia,
engenhos, tecnologia, itens mágicos, informação e legislação. O acesso a essa
casta se dá apenas após sete anos de estudos na Academia Doszil.
Casta Romil: os Romilla são os guerreiros profissionais da
sociedade. São homens e mulheres que completam os sete anos de treinamento
árduo na tradicional Academia Romil. Um Romil é versado nas mais diversas artes
da disputa e estratégia, seja na guerra, no combate individual, na poesia e até
mesmo em jogos. Possuem código de ética rígido e responsável por fazer a casta
ser admirada por toda a população.
Casta Khardul: é a denominação da casta dos eunucos. Os eunucos
também dedicam sete anos de estudos acadêmicos após a castração onde aprendem
política, retórica, etiqueta, legislação, dialética e algumas habilidades
artísticas. Atuam junto aos magos em funções administrativas e seu poder social
vem da crença de que a castração é suficiente para acabar com todos os desejos,
anseios e ambições de um homem fazendo-o incapaz de mentir, trapacear ou
enganar.
Casta Oshul: conhecida também como Casta do Prazer. É composta de
homens e mulheres treinados por sete anos acadêmicos em conceder o máximo de
prazer a uma pessoa. São versados nos mais diversos conhecimentos sociais tais
como psicologia, artes cênicas, musicais e sexuais o que faz dos serviços da
casta os mais caros de todo o continente e o único legalizado.
Casta Bunzil: também chamada unicamente de Casta dos Comuns. Engloba todo o resto da sociedade abrigando as mais diversas profissões tais como carpinteiros, ferreiros, marinheiros, pedreiros e diversas outras.
Acho que até aqui já deu para
imaginar o quanto de ideias surgem para esse cenário. Futuramente devo lançá-lo
no sistema Kombo (criação própria junto a dois amigos), mas até lá, há muita
aventura para ser narrada e lida ainda!
Elias Paixão (a.k.a. Benn Green)
Elias Paixão (a.k.a. Benn Green)
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