sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cyberpunk (3/5)

O que é o estilo Cyberpunk?


III) Cyberpunk é um estilo que surgiu basicamente na década de 80. Suas raízes são incertas, mas certamente podemos colocar diversos livros e contos de Phillip K. Dick como, se não livros cyberpunk, tão próximosa isso, que é quase impossível diferenciá-los.



O "movimento cyberpunk" se confunde com o anarquismo dos punks da era Reagan~Tatcher, e é dotado de umacrítica social por vezes profunda, e por vezes quase inocente. Ainda assim, estende suas consequências até os dias de hoje, com filmes como Matrix, "Heróis", animês (Akira, Ghost in the shell, Coeboy Beebop), e o reforço à idéia, ainda de que vaga, que o capitalismo de consumo é mais uminstrumento de controle do que de liberdade.



Donna Haraway, Historiadora da ciência e outrospensadores usaram de conceitoscyberpunk para, ainda nosanos 80, criar uma linha de pensamento filosófico conhecida como "antropologia Cyber", baseados em obras como o filme "Blade Runner". As noções e definições do que é um implante e quem é o ser-humano, afinal, são bastante próprias ao "cyberpunk".



Um dos albuns mais interessantes e menos ouvidos do Billy Odol "Cyberpunk", passeava por conceitoscomo mega-corporações, angústiaexistencial, drogas e implantes. Ainda que o próprio Idol nunca tenha aberto um "Neuromancer" ou um "piratas deDados" ) dois livros importantes da biblioteca básica cyber) os conceitos de tecnologia como fonte de prazer e angustia estão presentes ali.



filmes maisrecentes como "Ultraviolet" ou as constantes re-edições eversõpesdeBladeRunner mostram que este tipo de universo fantasioso ainda tem uma função a cumprir.



Talvez o principal problema do Cyberpunk tenha sido que acertou parte de suas previsões. Hoje em dia, internet, por exemplo são coisas cotidianas, que não despertam mais a mesma curiosidade emdecadas anteriores. Inplantescibernéticos, apesar de não serem tão eficazes nem presentes, como alguns livros propunham, são fatoresque cadernos de ciência nos jornais, pouco a pouco, vão apresentando como realidades bem próximas.



Zonas de Guerra (bairros onde a polícia não entra eo estado se ausenta) são uma realidade, oamenos no brasil, em diversas comunidades cariocas hámuitas décadas.



E as multinacionais continuam asmultinacionais de sempre. A economia mundial é gerida por grandes bancos e empresas baseiam suas produções emempregos temporários e nem sempreprimam pela preocupação ambiental.



Questões de gênero, mudança nos nossos conceitos sobre identidade e corpo, ligadas a clonagem, o mundo enquanto representação virtual simulacros e simulações (ainda que Matrix tenha feito uma leitura menor de Baudrillard, erro que, provavelmente,também cometo aqui), e as idéias de Umberto Galimberti sobre ser a tecnologia quem nos produz.

Donna Haraway diria que játemosimplantes. Dentários, oculares, estéticos. Jásomos, ainda que emparte, máquinas, tecnologia artificial.



Vivemos uma era "globalizada" (odeio esse termo) de megacorporações, alta tecnologia, desastres ambientais sempre iminentes e desigualdade social.



Somos todos Cyberpunks.

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