sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cyberpunk 1/5


“All Things Dark And Cyberpunk”

I- Ficção Científica

O termo “ficção científica, na maior parte dos casos, é o que poderíamos chamar de “Ciência Ficcional”. Isto porque naves provocando ruídos no vácuo, Extraterrestres de orelhas pontudas capazes de engravidar humanas, marcianos e incas venusianos são coisas que, diguemos, carecem de certo respaldo de todo o conhecimento de física e biologia conhecidos.
Não à toa, a “FC” é prima irmã de livros de bárbaros pilotando dragões e enfrentando magias poderosas, englobando ambos em uma descição chamada de “fantasia”.
Ler ficção científica não é ler sobre o futuro, mas sim, a olhos ligeiramente mais atentos, sobre o presente de quando determinada obra foi escrita. Quais os medos, os desejos e “ameaças” de uma época, quais descobertas científicas pareciam mais promissoras, mais misteriosas (“mágicas”), e quais conhecimentos científicos de então foram solenemente ignorados.
Um bom exemplo são as histórias de “sobreviventes ao holocausto nuclear” dadécada de 80. Grupos, indivíduos nômades, em busca de um paraíso onde pudessem sobreviver e “reconstruir” a espécie humana. Algo bemao estilo Mad Max.
Azimov tinha robôs com cérebros eletrônicos, na época que “positrons” haviam sido descobertos.
Décadas anteriores se preocupavam com “bang-bangs” espaciais, com alienígenas comunistas tentando destruir amoral eos bons costumes da”civilização” humana.
Monteiro Lobato, em seu “O Presidente Negro” cria explicações para uma máquina de ver o futuro, com direito a pingüins morando no Ártico (???), e um certo sentimento sombrio para com relação ao futuro.
“A Máquina do Tempo, de H.G. Wells, tem na figura dos Morlocks, boa parte dos medos pequeno-burgueses sobre a classe proletária, do final do século XIX. E seus alienígenas eram tão ignorantes sobre micro-biologia como os pares cientistas, décadas antes, ainda eram antes de aperfeiçoamentos de microscópios.
Os livros de Júlio Verne tinham um quê de constestação sobre a ordem estabelecida, ainda que tímida, e suas válvulas, balões e heróis eram cientistas (a figura do ser racional) ou interessados pela ciência que mudariam o mundo com sua nova visão, mais racional e lógica.
Mesmo o “Frankeinstein”, de Shelley, é um monstro produzido pela ciência em uma época em que as próprias cidades criadas pelo homem começavam a parecer com monstros desfigurados, e a idéia idílica de campos verdes e primaveras era tão atraente, por ser uma negação da fuligem e do cinza urbanos.
Erros científicos, mesmo dentre os mais bem-intencionados não são raros, sobretudo quando prevêem determinadas datas para acontecimentos, como as furadíssimas previsões de “retro-future” da década de 50 (a lá “Jetsons”).
São ficções, em sua maioria. Que usam , torcem e eventualmente corrompem o conhecimento científico, em prol de uma história.
Alguns autores, como muitas vezes Julio Verne e Arthur C. Clark, não raras vezes, usam a ficção para explicar conceitos científicos, pelo menois o que se considere como mais correto na época. É o caso de 2001 e a longa jornada até Júpiter (ou Saturno dependendo se falamos do livro ou do filme), e de “Robur, o conquistador”, onde Verne descreve com ironia as idéias sobre a forma como se pensava, até então, que pássaros voassem.
“Solaris”, em minhaopinião, mesmo implausível do ponto de vista científico, é tão magnificamente descrito, que se não é uma possibilidade real, deveriaser.
Mas são situações de minoria, e, não nos preocuparmos com o rigor científico em excesso, boa parte delas são bastante interessantes.

2 comentários:

  1. Legal. No aguardo da continuação.

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  2. Ler ficção científica não é ler sobre o futuro, mas sim, a olhos ligeiramente mais atentos, sobre o presente de quando determinada obra foi escrita. O que anda pelo imáginário das pessoas. Muito bom o texto cara, parabéns :D

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